O Comité Olímpico da Grécia suspendeu hoje o trajeto da tocha olímpica no país, devido ao alargado número de pessoas que se juntaram para assistir e que ignoraram as medidas de prevenção do Covid-19, impostas pelo governo local.

O organismo helénico explicou que, na quinta-feira, “uma grande multidão” juntou-se na cidade de Sparta, no sul do país, para assistir à passagem da tocha, representativa dos próximos Jogos Olímpicos, agendados para o verão, em Tóquio.

“Foi uma decisão difícil, mas não tinhamos outra opção”, referiu o Comité Olímpico da Grécia, acrescentado que tal deliberação foi tomada depois de consultar o governo e o Comité Olímpico Internacional.

O trajeto na Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, iria incluir a passagem em 31 cidades e 15 sítios de interesse arqueológico.

No dia 19 de março, a tocha olímpica será entregue ao comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em Atenas, no estádio que recebeu os primeiros jogos modernos, em 1896.

A tocha olímpica foi acesa quinta-feira em Olímpia, às 12:00 locais (10:00 em Lisboa), numa cerimónia sem público devido à pandemia do Covid-19, no mesmo dia em que a Grécia registou a primeira morte devido à doença.

No palco dos primeiros Jogos Olímpicos da Antiguidade, a atriz Xanthi Georgiu, vestida de sacerdotisa grega, acendeu a tocha da maneira tradicional, com os raios solares a passarem através de um espelho parabólico.

Pela primeira vez desde 1984, a cerimónia decorreu sem a presença de espetadores, apenas com convidados.

Há 36 anos, a chama também foi acesa sem a presença de público, com a parte da organização grega a protestar em relação às políticas de marketing para os Jogos de Los Angeles.

Desta vez, foi o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité grego a adotarem medidas drásticas, com o objetivo de minorar o impacto da pandemia do Covid-19.

O início do percurso coube pela primeira vez a uma mulher, com a campeã olímpica de tiro Anna Korakaki a iniciar o trajeto.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro de 2019, na China, e já provocou mais de 4.900 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 131 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.