O Comité Olímpico da Suíça juntou-se hoje ao ‘movimento’ que pede o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, justificando a sua solicitação ao Comité Olímpico Internacional (COI) com o “contexto da pandemia do Covid-19”.

“Face à situação atual, os Jogos Olímpicos de Verão Tóquio2020 devem ser adiados. Os atletas estão a sofrer com as condições difíceis de treino. Além disso, alguns países cancelaram sua participação nos Jogos Olímpicos”, justificou, dando os exemplos do Canadá e Austrália.

Hoje mesmo, o Comité Olímpico de Portugal fez o mesmo pedido, suportado pela associação dos atletas olímpicos portugueses.

O gesto do comité suíço é mais simbólico pelo facto da sede do COI ser no seu território, em Lausana: o país alberga várias federações desportivas internacionais representadas nos Jogos Olímpicos.

“Nestas circunstâncias, acreditamos que não é possível organizar Jogos Olímpicos universais, e justos, que sigam em direção ao Movimento Olímpico. É por essa razão que fizemos um pedido de adiamento”, explicou o presidente do organismo helvético, Jürg Stahl.

O dirigente deseja unicamente “ver defendidos os interesses dos atletas, do desporto internacional e do Movimento Olímpico”.

O COI só domingo se reuniu pela primeira vez para debater o tema, limitando-se a dizer que em quatro semanas dará o seu veredicto: entretanto, o governo japonês já admite adiar o evento previsto para começar a 24 de julho e terminar a 09 de agosto.

O primeiro-ministro nipónico Shinzo Abe assumiu hoje que um adiamento “pode tornar-se inevitável”, face à pandemia que tem criado crescentes dificuldades à escala internacional.

No domingo, o Canadá foi o primeiro país a tomar a decisão de não enviar atletas para Tóquio se os Jogos se mantiverem nas datas previstas, sendo imediatamente secundado pela Austrália.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto da covid-19 espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas. O país está em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.