A seleção portuguesa de paracanoagem promete uma “luta feroz” para conquistar mais uma vaga para os Jogos Paralímpicos Tóquio2020, confiante de que vai ser bem-sucedida a partir de quarta-feira em Szeged, Hungria.

“Pode-se esperar dedicação, empenho e acima de tudo luta feroz pela tentativa de conseguirmos mais uma vaga, desta vez na classe KL1 que é onde achámos ter mais hipóteses. No KL2 temos o mais jovem atleta da equipa nacional, mas tudo pode acontecer”, especificou, à Lusa, o técnico nacional, Ivo Quendera.

Norberto Fernandes, em VL2, já garantiu um lugar no Japão nos Mundiais de 2019, esperando agora companhia, que pode vir de Floriano Jesus ou Alex Santos, em KL1, com deficiência motora mais profunda, ou de Hugo Costa, em KL2.

“Quer um quer outro [Floriano e Alex] estão preparados em termos de tempo e de desempenho desportivo. Acreditamos que um deles pode conquistar a vaga”, reforçou o técnico.

Quatro atletas é um recorde de participação da paracanoagem fora do país, uma “grande aposta” da federação que Ivo Quendera realça, até para dar “relevo” internacional ao trabalho dos seus pupilos na seleção.

A estreia absoluta da paracanoagem portuguesa nos Jogos Paralímpicos, que vai ser consumada em setembro, é “apenas o marcar do início de uma nova era”, com o treinador a recordar o trabalho inicial no início dos anos 2000 e o “investimento nos últimos oito a 10 anos para aumentar a performance e resultados dos atletas”.

“É uma lufada de ar fresco”, sublinha Quendera, que destaca de igual modo os benefícios que a paracanoagem tem trazido para uma comunidade de pessoas com deficiência e que têm encontrado na modalidade uma âncora de bem-estar.

“A parte mais importante da nossa modalidade não são os resultados. Estar nos Jogos Paralímpicos é um sonho, mas o grande benefício e interesse desta modalidade é que pode ser considerada modalidade totalmente inclusiva”, vincou, recordando os “estímulos sensoriais muito mais exponenciais” das atividades ao ar livre ao que se junta o contacto com a água.

Em Portugal há cerca de 15 paracanoístas com registos de poder lutar por um lugar na seleção, porém o técnico acredita a estreia dos lusos nesta modalidade em Tóquio2020 vai trazer “ainda mais atletas” para este desporto.

Na pista de Szeged, e também a partir de quarta-feira, 10 canoístas em seis tripulações vão tentar juntar-se a Fernando Pimenta, Emanuel Silva, João Ribeiro, David Varela, Messias Baptista, Teresa Portela e Antoine Launay, este no slalom, na comitiva da lusa nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.