Com uma receção calorosa na zona de chegadas do aeroporto de Lisboa, a família e amigos acorreram para abraçar e apoiar a campeã europeia em título.

Telma Monteiro, visivelmente emocionada, agradeceu o apoio e aos jornalistas referiu que não sente nem desilusão, nem frustração, porque deu tudo o que podia tanto no ciclo até chegar a Tóquio, como durante a prova.

“Não foi o resultado que eu queria. Racionalmente, sei que tenho de estar orgulhosa, sei as adversidades que passei para conseguir chegar até aos Jogos como favorita à medalha. Sabia que não era a única. Mas o que me deixa triste é a mesma coisa que me fez chegar até aqui. Foi o facto de ser insatisfeita por natureza. Embora saiba que tenho muitos motivos para estar orgulhosa, emocionalmente sou insatisfeita. Se isso me fez ganhar muito, faz com que agora esteja triste também”, afirmou.

Com Paris no horizonte, em 2024, Telma Monteiro, medalha de bronze no Rio2016, prefere não adiantar se irá ou não participar. Diz mesmo que é altura de reflexão.

“A participação nos Jogos Olímpicos de Paris é uma coisa que tenho de refletir agora. Era algo que eu sabia que tinha de refletir e tomar uma decisão. Ainda não o fiz porque queria estar focada nos Jogos de Tóquio. Sou campeã da Europa em título, estou entre as 10 melhores do mundo. Cheguei aos Jogos como cabeça de série. Não é por não estar em forma se não continuar. Não é bem por aí. São outras circunstâncias”, adiantou.

Questionada sobre o bronze conquistado esta quinta-feira por Jorge Fonseca, na categoria -100 kg, Telma Monteiro salienta que nunca teve dúvidas que o judoca da Amadora, bicampeão do Mundo, iria conquistar uma medalha.

“Estou muito feliz com a medalha de bronze do Jorge Fonseca. Ele merece, está de parabéns. Quando saímos de Lisboa, sabíamos que qualquer um de nós poderia tirar uma medalha. O Jorge, sendo bicampeão do mundo, era um dos favoritos. Tive no voo sem saber o resultado. Mas eu só queria saber se ele tinha ganho ou se tinha tirado uma medalha. Porque não tinha dúvidas que isso iria acontecer”, concluiu.