O atirador português João Costa reconheceu hoje que o 11.º lugar na prova de pistola livre a 50 metros dos Jogos Olímpicos Rio2016 não o preenche totalmente, mas frisou que se trata de uma boa classificação.

“É lógico que não é a satisfação total. Queremos sempre mais. O 11.º lugar, apesar de ser bom, tem à frente o 10.º, o nono, o oitavo e por ai fora”, afirmou o português, que repetiu o 11.º em pistola de ar comprimido a 10 metros.

Como na prova de estreia, a final ficou muito perto, a dois míseros pontos: “Fiquei na mesma a dois ‘pontitos’ da final. Na prática, foi igual. Se foi azar? é assim”. “Quando eu digo que a sorte também conta é mesmo isso. Quando eu faço três 8,9, se fossem 9,0 estava na final. Não vou à final por três décimas”, lembrou.

Assim, João Costa faz um balanço positivo: “Apesar de tudo tenho que dizer que são dois 11.ºs lugares. Tenho de estar satisfeito. Se calhar, sou o segundo não profissional. Não posso também esquecer esse ponto, que tenho 51 anos e estão aqui os melhores do Mundo”.

O português arrancou com 93 pontos, nos primeiros 10 tiros, o quarto melhor registo de entrada, para depois fazer 91, 94 e novamente 91. Na quinta série, fez o seu melhor registo (96) e a meia hora do final da sessão era quinto.

Na última série de 10 tiros, João Costa fez a sua pior marca e caiu do lote dos oito apurados, sendo que no último de 60, fez oito pontos. Se tem feito 10, teria chegado à final, pelo desempate tiros acertados no centro do alvo (11). “Só se consegue ter um total quando toda a gente dispara os tiros todos. Podia estar em sexto, mas faltavam muitos tiros. É uma questão de estatística. Eu não sabia, porque não olho para lá (para o quadro). Mas, é assim...”, disse.

O mais velho dos atletas lusos no Rio2016 desvaloriza os últimos tiros – dois ‘8’, excluindo também o cansaço, que explicou não existir: “O resultado da prova é um total de 60 tiros. Não posso apontar o dedo a um tiro ou outro tiro, ao penúltimo ou ao último, não é por ai. Podia ser o sétimo”.

João Costa lembrou também que “as condições não eram fáceis”, com vento e chuva, mas deixou claro que “poucos ou muito poucos tiros foram afetados pelo vento”, que os atiradores conseguem controlar.

“Sou profissional da Força Aérea, sou militar, e faço isto como um ‘hobbie’. Só tenho dispensa para fazer provas internacionais e quando sou requisitado, como neste caso, para aqui, pelo Comité Olímpico. Não há profissionais do tiro em Portugal. Estou satisfeito”, reafirmou.

João Costa cumpriu no Rio2016 a quinta participação olímpica e não sabe se foi a última, sendo uma incógnita, neste momento, se poderá ir a Tóquio2020.

“Agora estou, daqui a um ano ou dois anos, não sei. Depende da vista, depende da visão, se há muitas dioptrias. Posso até ganhar uma quota para os Jogos Olímpicos e não vir eu e vir outro português, porque a quota não é para mim, é para o país”, finalizou.