A agência de notação de risco Moody's disse esta segunda-feira que os Jogos Olímpicos vão deixar um legado de melhorias nas infraestruturas do Rio de Janeiro, embora dificilmente possam alterar o cenário de recessão económica do Brasil.

Os Jogos Olímpicos geraram cerca de 25 mil milhões de reais (6,2 mil milhões de euros) em investimentos na região metropolitana do Rio de Janeiro, quase alcançando o montante gasto em 2014 em todo o campeonato do mundo de futebol, nas 12 cidades sede do país", lê-se no comunicado da Moody´s.

No entanto, a Moody's analisa que o impacto global dos jogos será mínimo para a maioria das empresas, que terão expressão em aumentos nas vendas de curta duração e benefícios intangíveis de comercialização de exposição nos jogos.

Apesar do crescimento gerado pelo projeto olímpico ter sido benéfico, os ganhos das empresas já acabaram, uma vez que praticamente todos os trabalhos foram concluídos.

"Os empréstimos feitos para financiar projetos olímpicos terão um impacto limitado para os bancos, já que os empréstimos totais para financiar obras de infraestrutura e a cidade olímpica constituem apenas uma pequena fração dos empréstimos pendentes", destaca a nota.

Quanto aos investimentos mais importantes realizados na capital carioca, a Moody's destacou o investimento na área de transporte urbano.

Barbara Mattos, vice-presidente e diretor sénior de crédito da Moody's, lembrou que a quarta linha de metro, que vai ligar a parte sul da cidade ao parque olímpico na Barra da Tijuca, e o projeto de um novo trem rápido, o VLT, ajudarão a revitalizar a área central da cidade do Rio de Janeiro.

O governo brasileiro espera que pelo menos 350 mil pessoas visitem o Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos, que decorrerão entre agosto e setembro.

"Este afluxo de visitantes será positivo, embora traga efeitos de curta duração do aumento de receitas fiscais no Rio de Janeiro", conclui a nota.

Em fevereiro passado, a mesma agência de notação rebaixou grau de investimento Brasil para a categoria de lixo com "perspetiva negativa" tendo em vista uma maior deterioração da capacidade do país de obter empréstimos no exterior, o aumento da dívida pública e a recessão económica.