Rui Costa disse hoje que prefere não pensar nas medalhas da prova de fundo de ciclismo de estrada do Rio2016, de modo a evitar o nervosismo que a expectativa lhe possa causar.

Questionado sobre a hipótese de conquistar uma medalha, o ciclista português, unanimemente considerado um dos grandes candidatos ao pódio na prova de sábado, assumiu que será muito complicado, mas que o trabalho foi feito.

"A preparação que, para mim era a melhor, foi o Tour e acho que correu bem. Por isso, no que toca à medalha, seria muito bom e quero estar tranquilo e deixar passar os quilómetros e, depois, na parte final, ver se as pernas estão à altura", começou por dizer, reconhecendo que prefere não pensar nos metais no Rio2016, uma vez que tal poderia causar-lhe algum nervosismo.

O campeão do Mundo em 2013 salientou que a esperança que depositam em si não é um peso, mas sim uma responsabilidade.

"Não é bem pressão. Saber que posso fazer um bom resultado para Portugal acaba por ser uma responsabilidade boa. Mas aquilo que tenho a dizer é que eu e os meus colegas de equipa vamos dar o máximo naquilo que pudermos fazer. Se conseguíssemos um medalha, seria muito bom", completou.

Rui Costa revelou que, apesar de ter estado com febre durante dois dias na concentração da seleção em Teresópolis, está em boa condição física e mostrou-se preocupado com as elevadas temperaturas que se vão fazer sentir no sábado, assim como com o índice de humidade, considerando que a hidratação vai ser fundamental.

"Hoje, pela manhã, tivemos a oportunidade de ver a primeira parte do percurso. É um percurso muito duro. A primeira parte é dura, a segunda ainda mais. Será um clima bem mais quente do que estávamos à espera, estará a rondar os 30 graus", explicou, sobre o percurso de 256,4 quilómetros, com início e final em Copacabana.

O ciclista da Lampre-Merida indicou que a estratégia da seleção nacional passará por estarem atentos às equipas que vão endurecer a corrida - Itália, Espanha, Colômbia e Grã-Bretanha -, mas realçou que o facto de a prova dos Jogos Olímpicos permitir apenas cinco ciclistas por nação favorece Portugal.

"Nós somos quatro. Acho que, no fundo, há que estar atento e estar num dia bom amanhã [sábado]. E depois, temos de fazer o que sabemos fazer e ver como as pernas respondem no final", resumiu, apontando o italiano Vincenzo Nibali, os espanhóis Alejandro Valverde e Joaquim Rodríguez ou o irlandês Daniel Martin.

O trajeto da prova de fundo vai atravessar Copacabana, Ipanema, a Barra e a Praia da Reserva e incluirá passagens no Circuito Grumari.

Este primeiro circuito prevê duas inclinações, a de Grumari, uma subida estreita, com uma descida numa zona repleta de árvores e um desnível acumulado de 7% em 1,2 quilómetros, com uma dificuldade máxima de 13 por cento, e Gruta Funda, uma subida menos dura, com uma pendente média de 4,5% em 2,1 quilómetros.

O traçado inclui também uma secção de empedrado de dois quilómetros e passagens no Circuito de Canoas, que se inicia com uma ascensão de 8,9 quilómetros e uma descida técnica de seis e uma parte plana de 20 quilómetros através de Ipanema e Copacabana, sendo grande parte do percurso disputado junto à zona costeira.