Novak Djokovic afirmou que "a pressão é um privilégio" enquanto mantêm a sua candidatura ao 'Golden Slam' intacta nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde a decisão da superestrela Simone Biles de desistir de dois eventos devido a preocupações com a sua saúde mental colocou o foco sobre o bem-estar dos atletas.

Djokovic, número um mundial, vai em busca de se tornar no primeiro homem a conquistar os quatro Grand Slams e o ouro Olímpico no mesmo ano, repetindo o feito de Steffi Graf em 1988.

O sérvio está a aproveitar a experiência olímpica ao máximo, misturando-se e posando para fotografias com atletas de todo o mundo na Aldeia Olímpica, mostrando uma figura extremamente relaxada para quem está à procura de fazer história.

"A pressão é um privilégio. Sem pressão, não existe desporto profissional", disse Djokovic depois da sua vitória por 6-3, 6-1 frente a Alejandro Davidovich Fokina na terceira ronda, esta quarta-feira.

"Se aspiras a ser o melhor, tens de aprender a lidar com a pressão e a lidar com esses momentos".

Djokovic foi apanhado numa conversa com as equipas masculinas e femininas de Voleibol da Turquia, sobre como a sua abordagem mental foi essencial para a sua longevidade.

Ele também revelou que jogadoras da equipa de basquetebol feminina da Sérvia, judocas e outros atletas o questionaram sobre a sua força mental.

"No court, mas também fora do court, todas as expetativas, todo o 'buzz', todo o barulho... Eu aprendi a desenvolvem um mecanismo para lidera com isso de forma a que não seja uma distração para mim, que não me desgaste", disse.

"Sinto que tenho experiência suficiente para me conhecer e saber como entrar no court e jogar o meu melhor ténis".

A decisão de Biles sair do evento de equipas e do 'all-around' tem sido vista como um momento de mudança do desporto de elite, ajudando a quebrar estigmas à volta da saúde mental.

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Djokovic admitiu que não existe um manual sobre como lidar com as pressão crescente e com as expectativas no topo.

"Ninguém nasce com essas habilidades, essas habilidades vêm com o tempo", afirmou.

O 20 vezes vencedor de Grand Slams aprendeu várias lições ao longo da sua carreira e esperou cinco anos para fazer as pazes com a sua derrota na primeira ronda frente a Juan Martin del Potro, nos Jogos Olímpicos de 2016.

"O Rio foi uma derrota muito dura para mim. Cheguei ao Rio como o grande favorito, vencendo quatro dos últimos cinco Grand Slams e era número um do mundo, por isso conheço o sentimento", recordou.

"É um sentimento semelhante agora, mas sou um jogador mais experiente e sei o que tenho de fazer mentalmente e como resolver as coisas dentro e fora do court para me sentir o melhor possível".