Os triatletas João Pereira, João Silva e Melanie Santos apontaram hoje que o trabalho de preparação e adaptação às condições nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 foi “bem feito”, de forma a conseguirem bons desempenhos.

No aeroporto de Lisboa, instantes antes da partida rumo ao Japão, onde chegarão cerca de 10 dias antes das respetivas provas, para concluir o processo adaptativo, a comitiva portuguesa de triatlo falou à agência Lusa acerca das expectativas e objetivos.

“Sei que, se conseguir dar o meu melhor, os resultados vão surgir. Trabalhei muito, dediquei-me muito, mas também tenho tido muito bons indicadores, portanto é esperar que corra tudo bem. Os meus adversários também estão bastante fortes, eu sei disso, mas é acreditar até ao final”, disse João Pereira, que foi quinto no Rio2016.

O diploma olímpico conquistado não deslumbra o triatleta, de 33 anos, que lembrou que “o resultado é superimprevisível”, sendo que “conseguir estar presente já é uma vitória”, numa prova que contará com 55 atletas e na qual “tudo pode acontecer”.

“Vai ser tentar conseguir agarrar a oportunidade. A adaptação foi bem feita, acho que é só chegar ao dia e acreditar”, sublinhou, constatando que tem evoluído nos segmentos de natação e ciclismo, embora mantenha a maior esperança na corrida.

Para João Silva, que viaja para a sua terceira participação olímpica, depois do nono lugar em Londres2012 e do 35.º no Rio2016, o segmento de corrida será “onde se vão fazer as maiores diferenças” e, por ser o último, “será o segmento mais complicado”.

“Os Jogos Olímpicos são o pico de qualquer atleta e claro que toda a gente quer estar bem. Toda a gente se preparou da melhor forma para estar nas melhores condições, mas ao final do dia estamos todos cá porque gostamos de o fazer diariamente e nos sentimos realizados a praticar o nosso desporto”, expressou João Silva, de 32 anos.

O triatleta do Benfica partilhou a opinião de João Pereira de que já ficaria “supersatisfeito” em caso de concluir a competição com “o sentimento de que mais não poderia ter feito”, restando-lhe “ter a capacidade de deixar esse trabalho em prova”, frisando que se preparou para as condições de humidade e temperatura do Japão.

“Já estamos preparados e sabemos o que nos espera. O trabalho já está todo feito e agora não há grande coisa a acrescentar, é mesmo tentar não estragar o que já fizemos. É encarar com alguma tranquilidade e positividade esta viagem, tentar apelar à nossa capacidade de adaptação, ir com calma e que tudo corra bem”, ressalvou.

A estreante Melanie Santos promoveu o regresso português à vertente feminina de triatlo, após a prata conquistada por Vanessa Fernandes, em 2008, embora admita que, face à pandemia de covid-19, a experiência olímpica “não vai ser a melhor”.

“Eu estou sem expectativas nenhumas. Eles já tiveram experiências olímpicas, que de certeza não vão ser iguais a esta. Vai ser a minha primeira e de certeza que não vai ser a melhor, por assim dizer, em termos de espírito olímpico, mas estou ansiosa por competir, viver o espírito, conhecer outros atletas e entrar na experiência”, disse.

A benfiquista, de 26 anos, reforçou a ideia de que treinaram “nas melhores condições possíveis para estar na melhor forma possível em Tóquio” e espera “agarrar a oportunidade”, tendo procurado evoluir de igual forma em cada segmento do triatlo.

“Tenho evoluído muito pelos três por igual. Tenho apostado bastante em tornar-me mais consistente nas três modalidades, ou seja, não ser muito forte numa e depois muito fraca noutra. Claro que, sem dúvida, a natação e a corrida continuam a ser os meus segmentos mais fortes e é tirar proveito disso”, concluiu à Lusa a triatleta.

Portugal vai estar representado por 92 atletas, em 17 modalidades, nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que vão ser disputados entre 23 de julho e 08 de agosto, depois do adiamento por um ano, devido à pandemia de covid-19.