Vasco Rodrigues, presidente da Federação de Triatlo de Portugal (FTP), alerta que o chumbo do Conselho Fiscal (CF) ao Plano de Atividades e Orçamento (PAO) apresentado para 2019 pode colocar em causa o funcionamento de toda a modalidade.

O documento foi já chumbado por duas vezes em Assembleia Geral (AG), o que, de acordo com o presidente da FTP, eleito em 2016, “coloca tudo em causa”. Vasco Rodrigues explica que o impasse resulta das divergências que se geraram entre a direção que lidera e o CF.

“Aquando das eleições, em 2016, a lista vencedora perdeu dois órgãos: o Conselho de Arbitragem e Competições e o Conselho Fiscal. A situação que vivemos hoje é fruto da incompatibilidade que se gerou entre a direção da FTP e o Conselho Fiscal”, afirmou Vasco Rodrigues, em declarações à Lusa, apontando como objetivo último destes chumbos “mandar abaixo” a sua direção, “por forma a que o projeto não chegue a 2020”.

Ainda assim, o dirigente reconhece que as contas dos dois primeiros anos de mandato são negativas. Embora sem números finais, Vasco Rodrigues avança que 2017 e 2018 devam significar um resultado líquido negativo de 100 mil euros, o que justifica com a aposta no Alto Rendimento e na promoção de provas internacionais.

“Estes números justificam-se com uma necessidade que tínhamos de apostar em algumas áreas chaves que até agora tinham sido desconsideradas. Uma delas é o Alto Rendimento. Fizemos uma aposta nesse sentido e foi esse o grande motor do aumento da despesa da federação nestes dois anos”, admite o presidente da FTP, que reitera que é necessário “cortar algumas despesas exageradas”, dando como exemplo a presença em eventos internacionais, onde, assume, que o organismo não esteve bem do ponto de vista financeiro.

Fernando Feijão, antigo presidente da FTP e que antecedeu a Vasco Rodrigues no cargo, tem sido um dos principais críticos da sua liderança e sublinha que deixou a federação com as contas sanadas, “depois de quatro anos de trabalho árduo”, que agora diz estarem a ser completamente desperdiçados.

“Quando saí da FTP, em 2016, deixei as contas organizadas, com tudo pago e dinheiro para receber. O que temos agora são milhares de euros de prejuízo e a modalidade a regredir”, aponta Fernando Feijão, que considera que o adiamento e cancelamento permanente de provas, assim como a participação cada vez menor, se deve à falta de qualidade das provas propostas por esta direção, que acusa de não ter qualquer estratégia para a modalidade.

Em entrevista à Lusa, o antigo presidente da FTP, que liderou o organismo de 2012 a 2016, frisa que não o move qualquer sentimento de “vingança” contra esta direção, não pretende voltar ao cargo, mas diz sentir tristeza por ver destruído o trabalho que foi feito durante o seu mandato. Quanto aos dois chumbos da AG ao PAO proposto pela atual direção, Fernando Feijão diz que a mensagem é bastante clara e que a demissão é o único caminho que resta aos atuais responsáveis da FTP.

“Não haver ainda um plano de atividades em março é algo inédito e que na FTP nunca aconteceu. Depois de dois chumbos em AG, se calhar ainda vamos para um terceiro, pois ficou claro que este não é um plano exequível e que mantém a tendência de gastos excessivos. Se houvesse um pouco de ética, as pessoas tinham-se demitido depois destes chumbos. Mas não, apresentam sempre a mesma coisa e parece que se quer chegar à aprovação pela exaustão ou até haver uma AG mais favorável que consiga a aprovação”, acusa.

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