O fundista Elídio Freire considera que, apesar dos êxitos alcançados a nível nacional e internacional, o atletismo em Cabo Verde está a ser visto como o parente pobre das modalidades desportivas e que vem perdendo espaço para treinamentos.

O internacional cabo-verdiano disse à Inforpress estar “desmotivado” porque os atletas estão a sentir-se defraudados com a falta de oportunidades para treinar no recém-inaugurado Estádio Nacional, já que a infra-estrutura possui pista de tartan adequada, de nível, para os atletas, mas “está apenas a servir a selecção de futebol”.

Reclama que os atletas estão a sentir-se prejudicados por falta de oportunidades para treinarem na novel infra-estrutura, mas que escasseiam as oportunidades a tal ponto que, com mais de dez anos de prática da modalidade, ao mais alto nível, pondera, “seriamente”, abandonar o atletismo.

“Foi sempre um grande sonho para mim contar com uma pista de atletismo em Santiago, mas estamos defraudados e rejeitados, ainda que o atletismo continue a somar medalhas por este mundo fora”, critica Elídio Freire, que diz treinar muito durante o ano para “competir apenas três vezes”.

Isto porque, o fundista não se conforma pelo facto do atletismo apenas ter sido chamado para a cerimónia da inauguração do Estádio Nacional.

Elídio Freire reclama mais oportunidades, apoio e mostra-se mesmo “triste” pelo facto da prova de atletismo ter sido cancelada este ano, por altura do Dia Nacional do Desporto “sem qualquer cavaco aos atletas”.

O atleta, que já representou Cabo Verde em Macau (duas vezes), e Espanha, na prova Ibero-americano, disse que o atletismo contribui para diminuir a onda de criminalidade na camada juvenil, mas que não está a ter o seu devido retorno em termos de valorização, enquanto os atletas “têm gastos superiores aos prémios arrecadados”.

Já, o gestor do Estádio Nacional, Inácio de Carvalho clarifica que a infra-estrutura está disponível para o treino dos atletas, já que foi construída para tal, e que já chegou mesmo a solicitar tanto a Federação Cabo-verdiana de Atletismo (FCA), como o Comité Paralímpico Cabo-verdiano, a entrega de um plano dos treinos.

Disse que já explicou a FCA que gostaria de inteirar-se do número dos atletas, com vista as suas identificações de forma a preparar-se o “crachá” de entrada ao Estádio para terem acesso à pista.

“A bola está do lado da FCA e do Comité Paralímpico Cabo-verdiano”, afirmou Inácio de Carvalho, alertando que os atletas devem resolver este assunto com as estruturas desportivas da modalidade para que possam ter acesso, controlado, no Estádio Nacional.

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