Entre os eleitores dos partidos da atual coligação, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Nentayahu, 65% apoiam tal comissão e 15% mostraram-se contra; segundo uma sondagem do Canal 12, o mais assistido em Israel.
Além disso, 64% das pessoas afirmaram não confiar no Governo e mantém-se nos 38% o apoio a Netanyahu. Já 54% apoiam um acordo de cessar-fogo com o Líbano.
Netanyahu opôs-se à criação de uma comissão de inquérito estatal, argumentando que as investigações afetariam o curso da guerra e que deveria somente ser estabelecida no final do conflito, que dura há quase 14 meses e causou mais de 44 mil mortos na Faixa de Gaza.
O exército israelita abriu a sua própria investigação sobre as falhas que permitiram os ataques de 07 de outubro no território israelita. As conclusões ainda não foram apresentadas, excetuando os resultados uma investigação sobre um incidente ocorrido no Kibutz Beeri, relacionado a um ataque do exército israelita a uma casa onde se acreditava que milicianos do Hamas estavam escondidos e que acabou por matar 13 israelitas.
Esta semana, o exército e o controlador do Estado concordaram em realizar uma investigação conjunta sobre as falhas de segurança que possibilitaram os ataques de 07 de outubro, embora não comece antes do primeiro trimestre de 2025, para não "desviar a atenção dos objetivos da guerra".
Entretanto, uma comissão independente, criada por familiares de vítimas e sobreviventes, publicará as suas conclusões na terça-feira.
Até ao momento, o chefe dos serviços de informação militares, Aharon Haliva, demitiu-se em abril devido a estas falhas, admitindo a sua "responsabilidade de comando", assim como o comandante da divisão de Gaza, Avi Rosenfeld. Em setembro, Yossi Sariel, comandante da unidade de informações 8200, a maior do exército, também pediu demissão do cargo.
Netanyahu não admitiu a sua responsabilidade nem pediu desculpas, apesar de ter eclodido este mês um escândalo sobre chantagem e pressão do seu chefe de gabinete para modificar as atas das reuniões da noite anterior a 07 de outubro, nas quais foram relatados movimentos estranhos dentro do enclave.
O primeiro-ministro demitiu o ministro da Defesa, Yoav Gallant, há duas semanas, devido às suas divergências sobre a guerra e pela sua insistência pela criação de uma comissão de inquérito estatal, algo que o procurador-geral, Gali Baharav-Miara, também solicitou, assim como políticos da oposição e uma grande parte dos cidadãos.
"O fracasso dos serviços de informação, a falsa noção de dissuasão e a nossa flagrante arrogância custaram-nos mais uma vez o pesado e doloroso preço de muitas vidas ceifadas", disse o Presidente israelita, Isaac Herzog, no mês passado.
CSR // ACL
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