De acordo com dados da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, que regula o setor no arquipélago, em maio registou-se um movimento global de 13.685 passageiros em voos domésticos, em embarques e desembarques, nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país.

Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento de 6.842 passageiros em voos domésticos, operados até 16 de maio apenas pela Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) e depois dessa data, em regime de concessão emergencial de seis meses atribuída pelo Governo, somente pela angolana BestFly.

As várias semanas de incerteza sobre o futuro das ligações aéreas domésticas, pelo facto de desde abril a TICV não ter bilhetes à venda para voos depois de 16 de maio -- num aparente diferendo com o Governo sobre a necessidade de apoios públicos devido às consequências e restrições provocadas pela pandemia de covid-19 -, condicionaram os voos internos naquele mês.

Em termos homólogos, o movimento de maio de 2021, com quase 210 voos, compara com a ausência de ligações domésticas comerciais de abril até 15 de julho de 2020, medida adotada pelo Governo de Cabo Verde para travar a transmissão da covid-19.

Em julho de 2020, segundo a AAC, foram transportados pouco mais de 3.600 passageiros (em 15 dias), e desde então que o número tem vindo progressivamente a crescer mensalmente, até à queda registada em maio passado, que compara os mais de 9.500 passageiros movimentados no mês anterior (abril).

Em abril de 2019, antes das restrições e dos efeitos económicos da pandemia, também apenas com a TICV a operar as ligações internas, os voos domésticos em Cabo Verde envolveram praticamente 34.100 passageiros (68.199 movimentos). Em março de 2020, ainda no início da pandemia em Cabo Verde, foram transportados cerca de 19.900 passageiros (total de 39.807 movimentos) em voos domésticos.

Entretanto, a empresa BestFly World Wide (do universo da BestFly Angola), comprou, no final de junho, 70% do capital social da TICV aos espanhóis da Binter, ficando os restantes 30% com o Estado cabo-verdiano, prevendo concentrar as ligações aéreas domésticas apenas na TICV, que não opera voos comerciais desde 16 de maio.

Em 2020, os voos domésticos em Cabo Verde, operados apenas pela TICV, movimentaram cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, face às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Em 2017, os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.

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