"Foram registados 347 processos e destes apenas 11 com arguidos presos", referiu o diretor do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Cabo Delgado, Ntengo Crisanto.

Aquele responsável falava na quarta-feira após um encontro com o secretário de Estado da província.

"O Sernic tem encarado vários constrangimentos", sublinhou.

Crisanto referiu que "o número de processos pendentes, os denunciantes e declarantes são de difícil acesso, porque muitos são deslocados".

"A situação piora pelo facto de Palma, Muidumbe, Quissanga e Mocímboa da Praia não terem instalações do Sernic", descreveu.

Aqueles distritos têm sido os mais afetados pela insurgência armada em cabo Delgado e chegaram a estar ocupados por rebeldes durante diferentes períodos ao longo dos últimos quatro anos de violência.

O secretário de Estado da província, António Supeia, defendeu a instalação da polícia de investigação moçambicana naquelas zonas.

"É preciso que se instale o Sernic nos distritos onde precisamos que a vida da população arranque, no quadro do plano de reconstrução de Cabo Delgado", disse Supeia.

Aquela força policial deve ajudar a fazer face "ao crime organizado, à corrupção, terrorismo e extremismo violento" em distritos onde nunca esteve presente.

Por outro lado, "é preciso manter uma boa relação com as comunidades para que logremos sucessos no nosso trabalho, quer investigativo, quer operativo no âmbito do combate ao crime organizado", concluiu.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas, aterrorizada desde 2017, por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu o aumento da segurança, mas os confrontos continuam em vários pontos e alastraram para a vizinha província do Niassa.

RYCE // JMC

Lusa/Fim

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