"Apelamos à vigilância, porque há uns que se fazem de deslocados [...]. Eles fazem-se passar por deslocados só para espionar", disse Filipe Nyusi, durante uma cerimónia de inauguração de um edifício do Instituto Nacional de Segurança Social de Moçambique em Metuge, distrito que possui um dos principais campos de acolhimento de deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado.

Segundo Filipe Nyusi, as Forças Armadas de Defesa e Segurança estão atentas às movimentações de rebeldes entre as comunidades deslocadas em vários pontos da província de Cabo Delgado.

"Alguns nós já apanhámos e estes, que foram apanhados, já disseram que têm outros colegas por aqui [...]. Estou a chamar atenção e, se ainda estão aqui, nós vamos apanhar estas pessoas", frisou o chefe de Estado moçambicano.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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