Os responsáveis da missão paralímpica portuguesa confiam na obtenção de «bons resultados» nos Jogos Londres2012, mas consideram «ousado» quantificar objetivos no que se refere à conquista de medalhas.

«Falar em medalhas é, na minha perspetiva, um tanto ou quanto ousado», afirmou Carlos Lopes, chefe da missão paralímpica portuguesa, em declarações à Agência Lusa.

Apesar de não querer quantificar os objetivos, Carlos Lopes referiu que Portugal tem atletas, alguns dos quais medalhados em edições anteriores, com «credenciais» para obter excelentes resultados.

«Sabemos que temos atletas que ao longo deste ciclo paralímpico conseguiram bons resultados internacionais», disse, acrescentando: «As expectativas são de que possamos ter resultados que nos deixarão satisfeitos e contentes».

Agora no papel de chefe de missão, o antigo atleta paralímpico manifestou-se convicto de que todos «os que estão envolvidos no projeto se prepararam o melhor possível e estão com uma forte motivação para dar o seu melhor em Londres e honrar Portugal».

No entanto, Carlos Lopes relembra que Londres vai «ter os Jogos Paralímpicos mais competitivos de sempre», porque «há países a investirem muito» no desporto adaptado.

«Pela primeira vez há atletas que conseguiram mínimos para estarem presentes e que por imposição de quota não poderão estar. Isto pressupõe elevada competição», afirmou.

O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), Humberto Santos, também prefere não falar em medalhas, prometendo antes «uma participação condigna que irá prestigiar o país», num «contexto ainda mais competitivo do que o vivido há quatro anos, em Pequim».

Humberto Santos considerou que «seria um ato de especulação quantificar medalhas», mas admite «que as expectativas são grandes».

Pela primeira vez, o projeto de preparação foi negociado a quatro anos, com um valor total de 1,9 milhões euros. Posteriormente, devido à inclusão da deficiência intelectual, foi assinado um aditamento de 220.000 euros.

Apesar do contexto de crise e de ser a primeira vez que o CPP – criado em 2009 – geriu o projeto de preparação, Humberto Santos faz um balanço positivo dos últimos quatro anos.

«Conseguimos fazer um trabalho sem sobressaltos, que permitiu manter uma estabilidade na preparação. Foi o melhor ciclo que tivemos, nunca até então tínhamos tido um contrato a quatro anos», referiu, admitindo que no futuro poderão «ser feitas algumas melhorias».

Portugal parte os Jogos Paralímpicos Londres2012, que decorrem entre 29 de agosto e 10 de setembro, com um total de 85 medalhas conquistadas, sete das quais na edição anterior, há quatro anos em Pequim.