O português Firmino Baptista qualificou-se hoje para as meias-finais dos 100 metros T11 (deficiência visual) nos Jogos Paralímpicos Londres2012, apesar de ter sentido que poderia ter feito melhor.

«Parti bem, mas a meio houve uma pequena descoordenação da correia» com o guia, afirmou o atleta no final, com a sensação de que «podia ter feito melhor».

Firmino Baptista terminou em terceiro, com 11,75 segundos, a eliminatória "lusófona", atrás do brasileiro Lucas Prado, campeão paralímpico e recordista mundial (11,03 segundos), e do angolano José Sayovo, medalha de ouro em Atenas2004 e vencedor da série.

A meia-final, que será disputada em três séries, terá lugar às 12h30 de sábado, e a final às 19h36 do mesmo dia.

Menos bem esteve Gabriel Potra, que, apesar de ter feito a melhor marca da época (23,64 segundos), não garantiu a presença nas meias-finais dos 200 metros T12 (deficiência visual).

O atleta do Benfica, medalha de ouro e recordista paralímpico nos 200 metros em Sidney2000, nunca escondeu a ambição de ganhar uma nova medalha, pelo que aproveitou o final da prova e da quarta participação paralímpica para desabafar.

«Há muita coisa que tem de mudar profundamente», disse, a propósito da preparação que os atletas portugueses fizeram para «uns Jogos com esta competitividade tremenda».

Potra, que tem 32 anos e é funcionário num pavilhão desportivo da Câmara Municipal do Montijo, afirma que «trabalhar e treinar é difícil», sobretudo porque tem de atravessar o rio Tejo para o fazer.

Queixou-se também de problemas de financiamento, referindo ter sido forçado a pagar do próprio bolso um tratamento médico a uma lesão.

«Além de as verbas serem curtas, não chegam atempadamente aos atletas», sublinhou, atribuindo a responsabilidade à "cúpula", nomeadamente a Missão, Comité Paralímpico e Estado.

Nas outras delegações, Potra encontra adversários que «só vivem disto ou têm seis meses de dispensa [dos empregos]» e também uma maior aposta em novos talentos.

Perante tudo isto, e se não forem feitas mudanças, adverte que a participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos Rio2016 «será pior, isto se houver seleção para ir».

O próprio atleta questiona a continuidade no programa paralímpico por não querer continuar a fazer «sacrifícios com S grande».

«Tenho feito toda a vida, mas há outras coisas que quero fazer», vincou.

Além dos 200 metros T12, que terminou em 18.º lugar da geral (23,64 segundos), integrou a estafeta 4x100 metros T11/T13, que também não conseguiu passar da primeira ronda.

Já nos 100 metros T12, mostrou-se satisfeito por ter atingido o objetivo de ficar nos oito primeiros, mesmo sem qualificar-se para a final.

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