O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) lamentou hoje o chumbo da proposta de alteração ao Orçamento de Estado (OE) que previa a nivelação faseada dos apoios dados aos atletas paralímpicos relativamente aos olímpicos.

“Saúdo a iniciativa parlamentar no sentido de equiparar os valores, mas lamento que não tenha sido esse o entendimento do PS, que considera que ainda não é o momento de falar em equidade”, afirmou José Lourenço, em declarações à agência Lusa.

A proposta, apresentada pelo Bloco de Esquerda e que previa a equiparação dos valores das bolsas e da preparação até 2021, foi chumbada com os votos favoráveis do BE, PCP e CDS/PP, a abstenção do PSD, e o voto contra do PS.

O presidente do CPP referiu que a proposta apresentada pelo Bloco “tem semelhanças” com a que o organismo apresentou à tutela para o ciclo paralímpico Tóquio2021, e que ainda está a ser negociada.

José Lourenço reconheceu, no entanto, “que existe, da parte da tutela, vontade para melhorar as condições dos atletas paralímpicos tanto em relação às bolsas como à preparação”.

O líder do CPP garantiu que o organismo vai “continuar a trabalhar para conseguir o fim da desigualdade entre atletas olímpicos e paralímpicos”.

A proposta previa que em 2021 os montantes estivessem equiparados, depois de aumentos faseados em 2018, 2019 e 2020.

Atualmente, um atleta olímpico de nível 1 recebe uma bola de 1.375 euros, enquanto um atleta paralímpico do mesmo escalão recebe 518 euros.

No que se refere à preparação, o valor atribuído aos atletas olímpicos ronda os 30.000 euros anuais, enquanto a verba disponibilizada aos paralímpicos é de 8.750 euros.