A poucas semanas do Tour e da Vuelta, duas das principais provas do circuito mundial de ciclismo, e também a poucas semanas do início da Volta a Portugal, a aplicação que se segue destina-se tanto a profissionais, amadores e adeptos da modalidade. A Bike Spy é desenvolvida por portugueses e quer tornar o desporto sobre rodas mais informado.

A aplicação é da responsabilidade da Dailywork, uma empresa da área das tecnologias da informação. A Bike Spy aparece como uma segunda aventura na área do ciclismo, já que a empresa tem uma outra aplicação, a On Bike Computer, que foi desenvolvida em parceria com a Federação de Ciclismo Portuguesa como sistema de apoio a atletas de alto rendimento.

A Bike Spy quer criar uma maior ligação entre público e atletas das diferentes modalidades do ciclismo, seja ele de estrada, BTT ou indoor. No ecrã do telemóvel ou tablet os utilizadores vão poder controlar os valores das pulsações e velocidade com que os ciclistas passam, ajudando a diminuir o conceito de fugacidade.

Mas qual é que é o interesse de saber quais os batimentos cardíacos de um atleta? Ricardo Prata, da Dailywork, recorreu a uma analogia para explicar ao TeK o interesse destes dados: "por exemplo, no futebol há diversas estatísticas e até é apresentada a distância percorrida pelos futebolistas, permitindo assim observar o esforço de cada um". "No ciclismo há interesse em saber a velocidade real e os batimentos cardíacos equivalentes ao esforço", acrescentou.

Para já o único problema é o uso da tecnologia ANT+ como sistema de comunicação entre ciclistas e telemóveis. Tirando a Sony, são poucos os fabricantes que incluem este protocolo de origem nos smartphones. O transmissão de dados por Bluetooth seria outra possibilidade, mas esta não é a norma usada por equipas e atletas do ciclismo, também por causa do desempenho inferior relativamente ao ANT+.

A Bike Spy está para já apenas disponível para o sistema operativo Android, mas não está excluída a hipótese de também ganhar uma versão para iOS. Primeiro a Dailywork vai analisar a progessão das apps no ecossistema da Google antes de avançar para o iPhone e iPad. Como os equipamentos da marca da maçã não têm suporte ao ANT+, seria necessário recorrer a um periférico, o que por condicionar o investimento.

No futuro a Dailywork quer introduzir o suporte a mais sensores, como o GPS, para que as aplicações ganhem mais funções como seguimento de uma rota e cálculo de distância, potência e esforço despendidos nesse percurso.