O ciclista espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) mostrou hoje a sua melhor versão no Critério do Dauphiné, com um poderoso ataque na última subida da sétima etapa, que lhe permitiu destronar o britânico Chris Froome (Sky) e assumir a liderança.

Num dia em que a corrida francesa passou a fronteira, na ligação de 161,5 quilómetros entre Ville-la-Grand e a barragem de Finhaut-Emosson, na vizinha Suíça, o holandês Lieuwe Westra (Astana) festejou a vitória, mas o mais relevante da penúltima tirada foi o duelo ganho pelo madrileno, a 20 dias do arranque da Volta a França.

Enquanto Westra veio de trás para bater Yury Trofimov, segundo a 07 segundos, e Egor Silin, terceiro a 16, negando aos russos da Katusha um vitória que parecia certa, Contador resistiu ao ritmo imposto pela Sky e passou ao ataque a dois quilómetros da meta, terminando em quarto, a 1.33 minutos e com 20 segundos de vantagem sobre Froome, sétimo atrás do norte-americano Andrew Talansky (Garmin) e do canadiano Ryder Hesjedal (Garmin).

O "pistoleiro", agora com oitos segundos de vantagem na geral, está em posição privilegiada para suceder ao britânico como vencedor do Dauphiné e mostra-se à altura de tentar fazê-lo também no Tour, prova que venceu em 2007 e 2009. Em 2010 também foi o primeiro, mas um controlo antidoping positivo resgatou-lhe o título.

"É um resultado que dá confiança e que confirma todo o trabalho que fiz. Estou no caminho certo, mas ainda faltam 20 dias para o Tour de France, que é o maior objetivo da época. O mais importante é melhorar todos os dias. Hoje, Froome ficou atrás de mim, mas isso pode mudar de um dia para o outro", afirmou o espanhol.

O italiano Vincenzo Nibali (Astana), oitavo a 2.11, esteve ligeiramente abaixo dos adversários nesta tirada com cinco contagens de montanha, das quais uma de primeira categoria e, já na parte final, duas de categoria especial, que não impediram a Sky de ter cinco homens a acompanhar Froome até às últimas rampas.

Pelo contrário, Contador teve de se ajustar ao ritmo imposto pela Sky, já que os seus companheiros ficaram todos para trás, incluindo os portugueses Bruno Pires, 97.º, a 28.27 minutos, e Sérgio Paulinho, 99.º, a 33.45. Na geral, Paulinho é o 86.º, a 56.16, e Pires segue em 95.º já a mais de uma hora.

No domingo, a oitava e última etapa, entre Megeve e Courchevel, tem somente 131,5 quilómetros, mas dá uma última hipótese a Froome de reclamar o segundo triunfo seguido no Dauphiné, com três contagens de primeira categoria, incluindo uma coincidente com a meta.