Mark Cavendish ‘culpou’ hoje Chris Froome e a Sky pelo maior perigo nas chegadas ao ‘sprint’ na Volta a França, numa reação ao pedido do camisola amarela Peter Sagan para alterar os regulamentos para proteger os ciclistas.

“Para dizer a verdade, não são os regulamentos que causam o perigo, é a mentalidade. E dou-vos como exemplo o comportamento da Sky hoje. Penso que a mentalidade de alguns tipos – não todos os candidatos à geral –, que costumavam ir lá atrás, mudou”, disse o vencedor da terceira etapa.

Cavendish sublinhou que alguns corredores mentalizaram-se que acontecem cortes nos ‘sprints’ e que, por isso, têm de chegar na frente, junto dos ‘sprinters’.

"Mas alguns corredores trabalham ativamente para que esses cortes aconteçam. Não se trata de não ficar no corte, mas sim de estar na frente e esperar que haja diferenças para ganharem uns segundos”, explicou o ciclista da Dimension Data, que representou a Sky, em 2012.

Pouco antes, o camisola amarela Peter Sagan (Tinkoff), que na véspera tinha sido implacável, dizendo que alguns ciclistas perderam o cérebro e não sabem pedalar, apelou à União Ciclista Internacional para que altere os regulamentos.

“Com a configuração atual, os que lutam pela geral também querem estar à frente, enquanto na montanha ninguém os chateia. Nós queremos poder disputar o ‘sprint’ à vontade, o que não acontece quando os homens da geral estão obrigados a rolar na frente. Peço uma mudança de regras, porque o modelo atual é muito perigoso”, argumentou o campeão do Mundo.

Sagan recordou ainda que, no passado, os patrões de pelotão não se metiam nas chegadas em pelotão.

“Lembro-me do Armstrong a entrar tranquilamente na meta nessas etapas e não acontecia nada. As etapas planas são para os ‘sprinters’, por que é que os tipos da geral não ficam lá atrás em segurança?”, questionou o camisola amarela.

Favoritos como Chris Froome (Sky) e Nairo Quintana (Movistar) são ‘habitués’ nas intromissões nos ‘sprints’, enquanto ciclistas como Alberto Contador (Tinkoff) ou Vincenzo Nibali (Astana) costumam chegar mais atrás.