A Algarve Cup reúne a partir de quarta-feira as principais seleções de futebol feminino mundiais, num torneio que responsáveis turísticos da região consideram importante para o setor, mas poder ser mais potenciado em termos de público.

A agência Lusa ouviu o presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva, e o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, e ambos coincidiram na importância da prova para o setor em termos de divulgação e promoção, mas apontaram o pouco público que assiste aos jogos como um dos pontos a trabalhar no futuro.

Desidério Silva reconheceu que o Turismo do Algarve pode ter um “papel mais ativo” na potenciação do torneio, que cumpre este ano a 21.ª edição, e por isso pediu à organização, numa reunião com um responsável da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), para em 2015 “apresentar atempadamente um projeto de parceria” para que se “possa potenciar tudo o que é possível”.

“É claramente um torneio que pode ter potencialidades de futuro para uma parceria muito mais significativa, tendo em conta o número de equipas e os países para que as transmissões vão decorrer, que penso são cerca de 70, e se realizar numa altura de inverno. Acho que isso potencia as infraestruturas desportivas, a imagem da região e aquilo que nós queremos, que é projetar o Algarve em vertentes como o turismo desportivo”, afirmou.

Desidério Silva apontou o pouco público como uma das questões em que Turismo do Algarve poderia intervir, pondo ao serviço da organização um conjunto de ferramentas de divulgação e promoção para atrair mais pessoas aos jogos.

“É um trabalho que, se calhar, nós podemos fazer através das nossas agências de comunicação e da nossa informação. Em termos globais, o torneio tem potencialidades e podemos, a partir de 2015, ter uma parceria mais eficaz, podemos trabalhar mais em conjunto e promover e divulgar, até para rentabilizar esse aspeto que é importante, que é a presença de público nestes torneios, além da possibilidade de transmissão que acontece para diversos países e das equipas que cá estão no Algarve numa altura de inverno”, acrescentou.

Elidérico Viegas, presidente da AHETA, a principal associação hoteleira do Algarve, considerou que a Algarve Cup “tem impacto” na ocupação hoteleira, com a presença de equipas, organização e comunicação social, mas “não tem aquela notoriedade que têm os torneios masculinos” e “vale sobretudo pela cobertura mediática que tem no exterior” e “como meio privilegiado de divulgação e promoção turística da região”.

“Gostávamos que esses torneios tivessem mais aceitação por parte do público e pudessem contribuir para gerar fluxos turísticos mais importantes do que aqueles que geram, e que são ainda pouco significativos, mas esperamos que no futuro isso possa vir a ocorrer cada vez mais”, frisou.

O presidente da AHETA considerou que um dos objetivos para o futuro é conseguir atrair “mais “público, sobretudo oriundo do exterior”, embora a prova já tenha “algum valor que não se pode ignorar”.

A 21.ª edição da Algarve Cup realiza-se de 05 a 12 de março em cinco estádios da região.