Ponto um: o Chelsea deste arranque de temporada está ainda muito longe daquele que se sagrou campeão em Inglaterra na última época. Ponto dois: o FC Porto fez por merecer uma vitória saborosa contra um adversário cujo nome intimida e qualquer resultado que não a vitória teria sido demasiado penalizador para os 'dragões'.

De volta ao seu 'habitat natural', o Estádio do Dragão, o FC Porto de Julen Lopetegui voltou a mostrar o quão melhor é quando joga perante os seus adeptos. Não dominou a posse de bola, como habitualmente faz em jogos das competições portuguesas, mas soube usar da melhor forma a bola quando a teve. O meio-campo foi notável na ocupação dos espaços e no transporte do jogo para a zona defensiva da equipa de José Mourinho, onde se passou grande parte da ação.

Com Danilo, Imbula e Rúben Neves a formarem um tridente com grande capacidade de recuperação de bolas e André André a servir como um misto de motor e criativo, o FC Porto encontrou espaços numa defesa tradicionalmente forte como é a do Chelsea e teve mesmo várias ocasiões para marcar mais e terminar o encontro com um resultado mais avultado. Faltou talvez um golo a Aboubakar, trabalhador como sempre no ataque portista, a pegar no jogo e a procurar brechas na defesa dos 'blues'.

Do lado da equipa de José Mourinho, Willian e Diego Costa eram os únicos que remavam contra a corrente e tentavam transformar a posse de bola do Chelsea em algo mais do que apenas isso - posse de bola. Nomes consagrados como Fàbregas, Pedro ou até Hazard - entrou apenas no segundo tempo - exibiram-se muito abaixo do esperado e foram sempre travados pela defesa portista ou por Iker Casillas que, excetuando o golo de Willian, esteve sólido e segurou o nulo em várias ocasiões na primeira meia hora de jogo. O pior jogador 'blue', porém, terá de ter sido Ivanovic. O sérvio, lento e fraco no desarme, foi sempre batido por Brahimi, que mais uma vez mostrou que é na Champions que brilha mais.

Apostas acertadas, portanto, de Julen Lopetegui, que reforçou o meio-campo e viu as escolhas serem recompensadas com uma exibição de gala. José Mourinho, pelo contrário, foi pouco feliz neste regresso ao Dragão: deixou Rémy e Falcao em Inglaterra e faltou-lhe sempre poder de fogo no ataque. Deixou Hazard no banco até ao segundo tempo e o Chelsea teve dificuldades na criação de jogadas de perigo. Ainda assim, Mourinho defendeu que a sua equipa fez um bom jogo num terreno difícil.

Quanto ao árbitro Mateu Lahoz, parece haver um erro grave na não-marcação de uma grande penalidade por braço na bola de Marcano nos momentos finais. Pelas imagens, teria sido justo apontar para a marca de grande penalidade, mas um eventual golo teria também trazido alguma injustiça ao resultado.