E ao terceiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, o FC Porto é líder destacado do grupo G. Desengane-se quem pensar, porém, que o triunfo diante do Maccabi Telavive chegou de forma fácil.

Diante daquele que é, na teoria pelo menos, o adversário mais frágil dos 'dragões' na prova milionária, o FC Porto teve de segurar surpreendentes tentativas dos israelitas na primeira meia hora de jogo e, ao mesmo tempo, vencer-se a si próprio. Isto porque a equipa de Julen Lopetegui apresentava então um futebol desinspirado, um dos mais desinspirados deste arranque de temporada, mas conseguiu de seguida aproveitar duas boas ocasiões de rajada graças ao talento da dupla africana Aboubakar-Brahimi.

Tudo começou, no entanto, com um grande passe vindo do México. Miguel Layún usou o seu pé esquerdo - o pior dos dois - e fez um longo cruzamento milimétrico que encontrou Aboubakar, o novo goleador portista. O camaronês já tinha desperdiçado algumas boas ocasiões, mas dessa vez não facilitou: cabeceou com força e nem o pequeno desvio do guarda-redes Predrag Rajkovic evitou o primeiro da equipa de Lopetegui.

Ainda assim, o melhor momento do avançado camaronês nem foi propriamente o golo, mas a assistência para o segundo e último golo da noite, agora da autoria de Yacine Brahimi. Aboubakar lutou contra vários adversários e arranjou espaço para fazer um belíssimo passe para o criativo argelino, que não perdoou. Assim estava feito o segundo, o jogo ficava praticamente sentenciado e a dupla africana voltava a fazer estragos na prova em que ambos insistem em brilhar.

Mas se há alguém que merece protagonismo neste encontro é o jovem Rúben Neves. Não tanto pelo que fez no jogo, embora tenha voltado a demonstrar a segurança no passe que não lhe escapa, mas porque escreveu mais uma página na história do clube e do futebol europeu. Aos 18 anos, o médio tornou-se no mais jovem capitão da história da Liga dos Campeões. Capitaneou Iker Casillas, imagine-se, numa prova em que o guarda-redes espanhol é o recordista de presenças. E é bem possível que não seja a última vez.

Por fim, uma nota para Lopetegui: é dele a notável série de 20 vitórias consecutivas em casa, um registo que foi atingido com esta vitória diante do Maccabi. O treinador espanhol, porém, preferiu desvalorizar a "estatística" e garantiu: só o próximo jogo importa.