Quando uma liga de futebol como a espanhola, onde atuam os melhores jogador e treinador do Mundo, ameaça com a não-realização dos jogos das duas primeiras jornadas da época 2011/12, a modalidade ‘treme’. Em causa está a alteração ao contrato colectivo de trabalho, em Espanha, o ‘convenio colectivo’. E quais as reivindicações apresentadas pela Associação de futebolistas espanhola (AFE)?

Em Espanha, ao contrário de Portugal –e também da Alemanha, Inglaterra, Holanda e França -, e como explicou o presidente do Sindicato de Jogadores, Joaquim Evangelista, ao SAPO Desporto, os clubes podem inscrever jogadores mesmo que estejam em divida. Em Portugal, o emblema necessita apresentar à Liga de Clubes documentos que comprovam que toda e qualquer dívida foram liquidadas. Seja ao Fisco, à segurança social e aos jogadores. Joaquim Evangelista explicou que a dívida aos jogadores, em Espanha, já é de «50 milhões de euros» e por isso esta tomada de posição.

A AFE pretende com a greve que, partir de agora, os contratos dos jogadores sejam respeitados quanto aos vencimentos. Iker Casillas, Puyol e Xabi Alonso juntaram-se ao protesto, ainda que não sejam afectados por este tipo de incumprimentos, mas num ato de solidariedade.

No entanto, a Liga profissional de futebol espanhola, a 12 de julho, e seguindo o plano de fair play financeiro adotado pela UEFA (maior contenção de custos para um mercado mais justo e competitivo), aprovou uma nova regulamentação financeira, a qual prevê a descida de divisão, proibição de inscrição de atletas e multas em caso de incumprimentos. Por isso, o presidente do organismo, diz «não entender» esta tomada de posição da AFE.

Para esta sexta-feira está marcada nova reunião entre a liga e a AFE, já que esta manhã não houve consenso, na véspera do arranque do campeonato. Mas o mais certo é, pelo menos, a primeira jornada não se realizar.