O Sevilha, adversário do Benfica na Liga Europa em futebol, teve um percurso “facilitado” até chegar à final de Turim, mas a equipa nem sempre esteve bem e por duas vezes esteve quase a ser eliminado.

Alguma sorte, sobretudo nas meias-finais com o Valência, ditaram que fossem os andaluzes, quintos na Liga Espanhola, a estar na final de quarta-feira e a ter a possibilidade de conquistar a terceira taça (venceram a Taça UEFA em 2005/06 e 2006/07).

Com dois adversários portugueses pelo caminho, o Estoril, na fase de grupos, e o FC Porto, já nos oitavos de final, a equipa sentiu dificuldades em outros momentos, com os pares da Liga espanhola: o Bétis (nos oitavos) e o Valência (nas meias).

Antes disso, a equipa orientada por Unai Emery teve vida tranquila, quer na fase de qualificação e “play-off” (depois de ter sido nona classificada em “La Liga”), na fase de grupos, que venceu, ou nos 16 avos de final.

Em agosto, os sevilhanos tiveram a porta aberta para chegar à fase de grupos: eliminaram os montenegrinos do Mladost Podgorica (9-1 no conjunto das duas mãos) e os polacos do Slask Wroclaw (novamente 9-1).

No Grupo H, na fase “por pontos”, o Sevilha, uma vez mais, não teve adversários de renome. Garantiu o triunfo no grupo com três vitórias e igual número de empates (12 pontos), à frente de Slovan Liberec (nove), Friburgo (seis) e Estoril (três).

Foram jogos que serviram para Unai Emery testar muitos jogadores, num “onze” que começou a definir na fase de eliminatórias, com varias trocas em todo o processo de 18 jogos que a equipa disputou.

Na baliza, o técnico começou por apostar em Javi Varas e só mais tarde entregou o lugar ao português Beto, na defesa teve várias opções até consolidar um quarteto, no meio ofensivo Rakitic foi muitas vezes a estrela, e na frente ora teve Bacca ou Kevin Gameiro.

Na fase de grupos, com nove golos marcados e quatro sofridos, a equipa venceu Estoril (2-1, na Amoreira) e duas vezes os alemães do Friburgo (ambas por 2-0), e empatou com os portugueses e os checos do Liberec, em casa e fora, sempre a 1-1.

Passada a fase de grupos, os andaluzes encontraram novo adversário acessível nos 16 avos de final e venceram os eslovenos do Maribor, com 2-2 fora e 2-1 em casa, com golos de Kevin Gameiro nas duas mãos, de Reyes e Bacca.

Só a partir deste momento é que a Liga Europa parece ter mostrado dificuldades a este finalista, quando nos oitavos de final a equipa se deparou com o rival da cidade, o Bétis.

Surpreendentemente, face a um adversário mal posicionado na Liga espanhola, a equipa de Unai Emery perdeu em casa por 2-0 e foi na segunda mão, fora, no Benito Villamarín, que igualou a eliminatória e levou a decisão para os penáltis (4-3).

Era o primeiro “alerta” para os andaluzes, que na ronda seguinte não eram favoritos frente ao FC Porto, e depois de perderem no Estádio do Dragão (com golo de Mangala), aniquilaram a equipa portuguesa no Ramón Sánchez Pizjuán (4-1).

Foi o melhor momento que a equipa terá tido para jogar com o FC Porto, numa época em que os “dragões” estiveram muitos furos abaixo do habitual e se viram incapazes de manter a vantagem, mesmo com mais um jogador, após expulsão de Coke (aos 54).

Nas meias-finais, a equipa espanhola entrou bem frente a um “velho” conhecido, o Valência (2-0), mas a formação valenciana até recuperou para um 3-0 no jogo da segunda mão, estando ela à beira da final de Turim.

Foi a vez de o Sevilha ter o “golpe de sorte” necessário – como equipa que raramente baixa os braços – e foi nos descontos que o médio camaronês M’Bia (aos 90+4) colocou a formação andaluza na sua terceira final europeia, ao fazer o 3-1.