O presidente da Federação Moçambicana de Futebol defendeu hoje, em declarações à Lusa, que Eusébio, antigo futebolista do Benfica e da seleção portuguesa nascido em Moçambique, deveria ter uma estátua ou o nome de uma rua em Maputo.

No dia em que o corpo de Eusébio é trasladado para o Panteão Nacional, em Lisboa, Feisal Sidat considera "justo e oportuno" dar-lhe "um lugar digno" e lamenta que o Governo moçambicano não tenha ainda prestado a devida homenagem à antiga estrela do futebol mundial que nasceu na então Lourenço Marques.

Eusébio, recorda o presidente da Federação Moçambicana de Futebol, era uma "figura muito querida no país", à semelhança do antigo capitão do Benfica Mário Coluna, que morreu no ano passado em Maputo, e ambos "vão ficar para sempre no coração dos moçambicanos".

Feisal Sidat destaca também a figura do ‘pantera negra’ no bairro da Mafalala, na capital moçambicana, onde cresceu e começou a jogar futebol e "onde mesmo os mais jovens recordam a sua memória".

"É importante que estes feitos do Eusébio e de outros grandes desportistas nos grandes palcos europeus e do mundo não sejam esquecidos e deixem uma história para que aprendamos o que eles foram e como viveram", defendeu ainda o dirigente federativo.

O Panteão Nacional recebe esta sexta-feira os restos mortais de Eusébio, antigo futebolista do Benfica e da seleção e símbolo do desporto português, que morreu a 5 de janeiro de 2014 com 71 anos.

Pouco mais de um ano após a sua morte, os deputados de todos os grupos do parlamento português aprovaram por unanimidade, a 20 de fevereiro, o projeto de resolução a conceder honras de Panteão Nacional aos restos mortais de Eusébio, o primeiro desportista a merecê-las.

A Assembleia da República salientou então "o símbolo nacional, o homem solidário, o futebolista e o desportista excecional, evocando o seu estatuto de verdadeiro marco na divulgação e na globalização da imagem e da importância de Portugal no mundo".

Para muitos o melhor futebolista português de sempre, campeão nacional pelo Benfica 11 vezes e vencedor da Taça dos Campeões em 1962, Eusébio da Silva Ferreira morreu de paragem cardiorrespiratória.

Também carinhosamente tratado por ‘King’, ganhou em 1965 a Bola de Ouro, que então distinguia o melhor futebolista europeu a jogar na Europa, e conquistou duas vezes a Bota de Ouro (1967/68 e 1972/73), prémio para o melhor marcador dos campeonatos nacionais europeus.

No Mundial de 1966, disputado em Inglaterra, foi um dos mais destacados jogadores da competição e o melhor marcador, contribuindo com nove golos para o terceiro lugar de Portugal.