O presidente da FIFA, Joseph Blatter, apelou hoje à unidade dos dirigentes contra os detratores do organismo, protagonista de sistemáticos escândalos de corrupção.

Antes do 64.º Congresso da FIFA, em São Paulo, Blatter falou em união contra os “detratores” do organismo: “Mostrar e confirmar unidade é a melhor forma de responder a todos os destruidores a nível mundial”.

“Eles querem destruir, não o jogo, mas a instituição, porque ela é muito forte. Tão forte que temos a certeza que não a vão destruir”, vincou.

A suspeita vitória do Qatar para a organização do Mundial2022 – superou as candidaturas de Estados Unidos, Austrália, Japão e Coreia do Sul, apesar de um relatório técnico que avisa para as altas temperaturas e seus riscos para a saúde – está já a ser investigada, igualmente por pressão de alguns dos principais patrocinadores, como a Adidas, Sony, Visa e Hyunday.

Diversos Media internacionais têm revelado documentação comprometedora para o responsável qatari Mohammed bin Hamman, acusado de pagar milhões de dólares em subornos: por outros motivos, o antigo candidato a presidente da FIFA já foi irradiado do futebol.

Michael Garcia está a conduzir a investigação que, segundo Joseph Blatter, deverá produzir resultados em “setembro ou outubro”.

O antigo procurador do estado de Nova Iorque vai fazer, durante o congresso da FIFA, o “ponto da situação” em torno do seu trabalho, sendo que os resultados que apurar serão enviados, em cerca de dois meses, ao Comité de Ética do organismo.

Além da questão da corrupção, tem havido continuas acusações das condições “esclavagistas” a que os trabalhadores são votados no Qatar.

O facto de as temperaturas atingirem, regularmente, mais de 50 graus também tem motivado acesa discussão, com diversos apelos para que o calendário seja mudado para uma altura com condições mais amenas.

Joseph Blatter deve anunciar em 2015 a candidatura ao seu quinto mandato de quatro anos à frente da FIFA.