O antigo internacional português José Augusto mostrou-se hoje pouco "crente" numa vitória de Portugal frente aos Estados Unidos e criticou a preparação da seleção para a estreia no Mundial2014 de futebol.

O antigo avançado, que falava à margem da cerimónia protocolar da Taça de Honra de Lisboa, da qual será um dos patronos, juntamente com Manuel Pedro Gomes, destacou a "força física" do conjunto norte-americano, aliado à liderança de um treinador alemão, Jürgen Klinsmann.

"Não estou crente, porque a equipa dos Estados Unidos é fisicamente forte e poderá dificultar. Aos Estados Unidos interessa somente não perder. Ainda assim, espero que possamos chegar ao fim com uma vitória. É o único resultado que nos interessa", afirmou o "magriço".

Contudo, a descrença de José Augusto é sustentada igualmente pela exibição que Portugal realizou com a Alemanha (0-4), na estreia no Mundial, num jogo em que, segundo o próprio, o selecionador Paulo Bento não utilizou os melhores jogadores.

"Nada está perdido, mas está mais difícil. Dizer o contrário é esconder a cabeça debaixo da areia. Esta é uma crítica acérrima, mas espero que o Paulo Bento tenha compreendido que têm de jogar os melhores. E os melhores não fizeram a abertura do Campeonato", sublinhou o antigo avançado, que ajudou Portugal a alcançar o terceiro lugar no Mundial de 1966.

Ainda assim, o ex-internacional luso não acredita que Paulo Bento proceda a muitas alterações na equipa que vai defrontar os Estados Unidos.

"Ele vai alterar os quatro jogadores indisponíveis [Rui Patrício, Pepe, Fábio Coentrão e Hugo Almeida]. Penso que não fará mais nenhuma alteração, porque sabemos quais as ideias do Paulo Bento. Ele próprio disse que não altera nada. Oxalá que aconteça da melhor maneira, para fazermos um resultado vitorioso", frisou.

Por outro lado, José Augusto deixou reparos à forma como a estrutura da seleção preparou o Mundial, considerando não só que o "planeamento deveria ter respeitado a recuperação dos jogadores", mas também que a seleção deveria ter chegado mais cedo ao Brasil, para se adaptar ao clima.

"Chegarmos ao Brasil com dois dias de antecedência, com o desgaste da espera da viagem, contribuiu para o resultado registado diante da Alemanha. As coisas não foram bem planificadas. A Alemanha, por exemplo, foi para o Brasil com 10 ou 15 dias de antecedência, para preparar o jogo e recuperar os seus jogadores. Poderíamos ter feito o jogo [de preparação] com a Grécia, em Lisboa, mas no dia seguinte tínhamos de ir para o Brasil", disse.

A seleção portuguesa defronta os Estados Unidos, no domingo, a partir das 23:00 (hora portuguesa), na Arena Amazónia, em Manaus.