Foi 1.91 metros que separou o FC Porto de conquistar os três pontos nos Açores. Os Dragões empataram a um golo no terreno do Santa Clara e o tento da equipa da casa foi marcado por Boateng aos 83 minutos.
Os três pontos estariam praticamente 'no bolso' do Dragão, que se chegou à frente aos três minutos com uma cabeçada de Fábio Cardoso, mas foi outra cabeça que deu o balde de água gelada aos visitantes.
Um resultado num jogo pobre e de serviços mínimos que - aliado à goleada do Benfica ao Chaves - coloca o FC Porto mais longe da liderança. São agora oito os pontos que afastam os azuis e brancos dos encarnados.
O jogo: Dragão adormece com o primeiro golo
Sem Sérgio Conceição no banco, o FC Porto chegou aos Açores com Bruno Costa a render o castigado Eustáquio e com David Carmo a tentar redimir-se do erro em Brugge.
A entrada dos azuis e brancos frente a uma equipa que mantinha a sua espinha dorsal não podia ter sido melhor. Fábio Cardoso inaugurou o marcador logo aos três minutos com um cabeceamento após um livre cobrado por Bruno Costa. Um golo sem grandes festejos do ex-jogador dos açorianos, mas que trazia uma tranquilidade prematura ao Dragão.
Mas, como já vimos muitas vezes no futebol, um golo madrugador pode ser sinal de um conforto traiçoeiro para a equipa que marcou. O FC Porto parecia assentar com a posse de bola e só aos 23 minutos o primeiro grande aviso de 2-0 de Evanilson que se perdeu na cara do guardião Gabriel Batista. Poucos minutos depois, total mérito para o guarda-redes do Santa Clara que se opôs de forma brilhante ao avançado portista.
Diogo Costa não queria ficar atrás e disse 'presente' antes do tempo de intervalo - a primeira grande amostra de crescimento da equipa da casa e de perigo para os Dragões. Aos 41 minutos, o internacional português travou um remate de Matheus Nunes com uma defesa de difícil execução.
Na segunda parte, chegou o anticiclone 'Boateng' para causar a tempestade ao Dragão. O ambiente começava a aquecer e o Santa Clara sentia que ainda podia levar qualquer coisa do jogo. Do lado do FC Porto, a incapacidade em fechar o rumo dos acontecimentos com o 2-0 era notória.
Aos 68 minutos, Diogo Costa voltou a brilhar a remate de Gabriel Silva e Vítor Bruno percebeu que era necessário fechar espaços. Toni Martínez e Rodrigo Conceição entraram para os lugares de Evanilson e Bruno Costa, mas não foi por isso que se evitou o golo do Santa Clara.
Corriam os 83 minutos e, com o Dragão já conformado com os três pontos, surgiu Boateng - com os seus 1,92 metros - a bater Diogo Costa.
O desânimo tomou conta das hostes portistas que colocaram Namaso em campo e ainda viram Gabriel Batista a defender um cabeceamento de Taremi.
Uma tarde em que, se o jogo alguma vez chegou a aquecer, foi apenas nos minutos finais.
Veja o resumo da partida em vídeo
O momento: anticiclone 'Boateng'
Tanto se fala no célebre anticiclone dos Açores que, desta feita, foi o Dragão a comprovar e da pior maneira. Boateng, para além de ter sido um dos maiores destaques do lado do Santa Clara, conseguiu resgatar um ponto importante para a equipa que, noutra perspetiva, colocou o FC Porto em muitos maus lençóis.
Com este 1-1, ficam oito pontos para a liderança do campeonato depois da cabeçada do central ganês.
Os melhores: Boateng, Gabriel Batista e Fábio Cardoso
Num encontro sem grande história houve, ainda assim, alguns nomes que se destacaram pela positiva.
Do lado do Santa Clara, Boateng foi mesmo o melhor em campo. Para além de ter sido imperial em termos defensivos (apenas não se sobressaiu no golo sofrido), marcou ainda o tento do empate num pontapé de canto em que ganhou nas alturas ao FC Porto - algo que não é fácil de fazer.
Gabriel Batista também foi outra das surpresas positivas deste encontro. Apesar do golo sofrido aos três minutos, o guardião do Santa Clara negou por várias ocasiões aquele que seria o 2-0. Evanilson e Taremi (que viu negado um golo nos descontos) não vão querer, de certo, lembrar-se do guardião brasileiro.
Fábio Cardoso foi provavelmente o melhor do FC Porto. Para além do golo apontado, é notória uma afirmação cada vez maior no eixo defensivo dos azuis e brancos. Não é fácil substituir Pepe e o central está a conseguir cumprir essa missão.
Os piores: Evanilson, Galeno e Pepê
Poderia destacar muitas individualidades do FC Porto - uma vez que não foi um jogo de grandes pontos positivos para os visitantes - mas há três nomes que acabaram por estar uns furos abaixo daquilo a que já habituaram os adeptos dos azuis e brancos.
Evanilson foi bastante perdulário e falhou por algumas ocasiões o 2-0 na cara de Gabriel Batista. Galeno acabou por não ser o desequilibrador que os Dragões precisavam na ala esquerda e Pepê não conseguiu oferecer - ofensivamente e defensivamente - o que era exigido para a equipa levar os três pontos dos Açores.
Tudo isto também reflexo de uma equipa com muitos jogos nas pernas depois de mais uma semana de Liga dos Campeões.
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