O título já lá foi, o apuramento para a Champions via segundo lugar também, mas nem por isso o dérbi da Invicta deixa de ter peso. O FC Porto recebe este domingo o Boavista no Dragão, no seu último jogo em casa esta temporada, onde vai tentar os três pontos recuperar o terceiro lugar, perdido no sábado após a vitória do Braga no dérbi do Minho frente ao Vitória de Guimarães.

Este será também o primeiro jogo de André Villas-Boas como presidente do FC Porto, depois de ter tomado posse na passada terça-feira.

Se vencer o Boavista neste jogo da 33.ª ronda da I Liga, os azuis e brancos recuperam o 3.º posto e ficam com um ponto de vantagem sobre o SC Braga, o adversário da última jornada da I Liga. Ou seja, basta um empate na Pedreira. Mas se não ganhar aos axadrezados, os comandados de Sérgio Conceição ficam obrigados a vencer na derradeira ronda em casa do Braga para garantir o 3.º posto.

A questão do terceiro lugar é importante, uma vez que dá acesso direto à fase de grupos da Liga Europa. O 4.º colocado vai disputar um play-off para tentar entrar na segunda prova mais importante da UEFA. O 5.º colocado vai disputar a Liga Conferência.

O derbi do Porto é importante para os dragões mas também para as panteras, ainda envolvidos na luta pela permanência. Após as derrotas do Portimonense e do Estrela da Amadora nesta ronda 33, aos axadrezados basta um ponto para virtualmente garantirem a manutenção.

Neste momento, o Portimonense,  a equipa em lugar de play-off de manutenção/descida, tem 29 pontos, o Boavista tem 31. No confronto direto entre ambos há igualdade mas no segundo critério de desempate (saldo de golos), o Boavista tem 22 negativos e o Portimonense 35 negativos.  De recordar que Vizela e Chaves foram despromovidos, falta decidir quem disputa o play-off de manutenção/promoção com o terceiro colocado da II Liga.

Para este jogo, Sérgio Conceição já poderá contar com os regressados Galeno e Wendel, que cumpriram castigo diante do GD Chaves. Pepe também deverá voltar, após lesão.

No lado do Bessa, Jorge Simão não poderá contar com o goleador Bozenik e com o defesa Bruno Onyemaechi, ambos lesionados.

Momento de forma: Um Dragão que não cospe fogo, uma Pantera que não arranha

Confirmar, o mais rapidamente possível, o terceiro lugar, é o objetivo imediato do FC Porto, numa altura em que a cabeça já aponta para o Jamor.

A equipa azul e branca tenta voltar ao normal, depois de um período negro com duas derrotas e dois empates que afastaram os azuis e brancos do título e até do segundo posto. A vitória diante do GD Chaves na derradeira ronda deu moral aos comandados de Sérgio Conceição, pelos três golos de diferença, mas também por alguns momentos de brilhantismo no momento ofensivo.

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Entre os triunfos com os flavienses e o Casa Pia, a formação azul e branca empatou 2-2 em casa com o Sporting, num jogo que tinha controlado e vencia por 2-0 aos 87 minutos.

Por estas alturas, os dragões só querem terminar a I Liga em alta e começar já a pensar na final da Taça de Portugal, onde vão tentar impedir a dobradinha do Sporting, no Jamor.

Já o Boavista, ainda na luta pela permanência, vem de um empate caseiro com o Gil Vicente, mais um dos muitos maus resultados das panteras nos últimos encontros. Apenas uma vitória diante do Moreirense, nos últimos 10 jogos da I Liga, mostram o quão difícil está a ser esta ponta final de época para os axadrezados.

Mesmo que perca com o FC Porto, o Boavista continua a depender de si para garantir a permanência na I Liga: na última ronda recebe o despromovido Vizela.

Histórico: o dérbi da Invicta veste azul e branco

As 102 vitórias em 149 jogos atestam o poderio do FC Porto no histórico de confrontos com o Boavista. Só por 23 vezes as Panteras lograram vergar o Dragão, num duelo que terminou sem vencedores nem vencidos em 24 ocasiões. São 342 golos marcados pelo FC Porto, contra 116 do Boavista

Desses 149 jogos, 121 foram para a Primeira Liga: 86 vitórias dos azuis e brancos, 17 dos axadrezados e 18 empates.

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Se no geral o domínio do FC Porto não sofre contestação, quando são duelos na casa do Dragão a supremacia é ainda maior. São 51 vitórias em 60 jogos, sete empates e apenas dois triunfos do Boavista na casa do seu principal rival da cidade portuense.

O último triunfo do Boavista no Dragão foi na época 2004/2005 (1-0, golo do cabo-verdiano Cafú aos 90+3, a seguir a conquista da Champions por parte do FC Porto, numa temporada em que os dragões somaram apenas 62 pontos em 34 jogos, com 11 empates e seis derrotas na prova. O outro triunfo axadrezado foi em 1998/99, com golos de Timofte, antigo jogador do FC Porto, e Rogério.

Na época passada bastou um golo de Taremi, de grande penalidade, para dar os três pontos aos azuis e brancos. Em 2020/21, já com Sérgio Conceição, o Boavista logrou um empate a duas bolas no Dragão (golos de Jackson Poroso e Elis para o Boavista e Taremi e Sérgio Oliveira para o FC Porto).

Na primeira volta, os dois emblemas empataram a uma bola no Bessa.

O que dizem os treinadores:

Sérgio Conceição (FC Porto): "Não é o momento de fazer balanços, senão tinha de falar de sete anos e não vou falar da pandemia, de ‘fair-play’ financeiro, de eleições. Os adeptos, sócios e simpatizantes estão mais preocupados com o jogo de amanhã [domingo], um dérbi da região Norte, e vai haver outro também. É uma região onde o futebol representa o país de uma forma excelente."

Jorge Simão (Boavista): "É muito improvável ganhar, mas não é uma missão impossível. Tenho sempre o cuidado de ir ver as casas de apostas, porque eles baseiam-se em factos concretos: temos 5% de probabilidades de ganhar e 20% de empatar."

O FC-Porto Boavista, da 33.ª e penúltima jornada da I Liga, está marcado para às 20h30 deste domingo, e pode ser acompanhado, como sempre, no SAPO Desporto, com vídeos dos principais lances. O dérbi da Invicta terá arbitragem do portuense Artur Soares Dias. Paulo Soares e Pedro Ribeiro serão os assistentes, no VAR estará Gustavo Correia, auxiliado por Inácio Pereira.