Carlos Xavier conta no seu currículo com 12 épocas ao serviço dos leões e a transferência de João Moutinho não o apanhou de surpresa. A novidade, frisa, foi o facto de o destino ter sido o rival FC Porto.

“Não me surpreende a venda do Moutinho, porque o Sporting sempre teve força no campo da formação para depois vender. Aliás, até acho que foi um bom negócio. O que me surpreendeu é o facto de o jogador ter sido vendido ao FC Porto, já que o jogador esteve para sair para o estrangeiro e nessa altura o Sporting não quis. Agora sai para reforçar um rival e isso é sempre mais complicado”, considera o ex-capitão leonino.

Moutinho sai de Alvalade apelidado de “maçã podre” e numa aura de jogador ingrato, mas Carlos Xavier adianta que ainda não percebeu exactamente quais fora os motivos do internacional português e lembra que o Sporting tem o hábito de não dignificar algumas das suas referências em campo.

“Choca-me um jogador que esteve dez anos naquela casa, que deu tudo o que tinha e o que não tinha em prol da equipa e que acaba por sair deste modo.

Para mim, enquanto sportinguista é difícil de ver. Mas também é verdade que o Sporting é pródigo neste tipo de situações. São várias as bandeiras do clube que têm sido abandonados ou têm saído do clube sem a dignidade que mereciam. Isso a mim já não me surpreende”, diz em tom de lamento.

Quanto ao balanço desta operação, Carlos Xavier não tem dúvidas de que desportivamente o clube de Alvalade sai penalizado.

“O Porto sai claramente a ganhar. Já o Sporting, ganha do ponto de vista financeiro mas em termos desportivos fica claramente a perder, pois um jogador como o João Moutinho era uma mais-valia para a equipa.”

O ex-capitão verde e branco acredita que este caso não afectará a época leonina e que Paulo Sérgio tem tudo para recolocar o Sporting no topo.

“Este episódio não afectará o resto da época. Ao longo da época, jogadores e equipa técnica nem se vão lembrar do que se passou. Os jogadores vão ter de trabalhar e a equipa técnica tem apenas de contar com os que lá estão e arranjar uma solução para superar esta perda”, conclui.