O presidente do Conselho de Administração do Sporting, José Eduardo Bettencourt, vai auferir um salário mensal de cerca 21 500 euros brutos por mês, revelou hoje o presidente da Assembleia Geral (AG) da SAD, Rogério Alves.

“O que ficou deliberado é que José Eduardo Bettencourt ganhará 300 mil euros brutos por ano”, disse Rogério Alves, no final da AG da SAD, que decorreu no auditório de Alvalade e foi marcada por uma manifestação de contestação aos actuais corpos gerentes com a presença de meia centena de adeptos.

Dos vários pontos da ordem de trabalhos da assembleia, destacava-se a deliberação sobre o Relatório e Contas relativo ao exercício findo em 30 de Junho de 2010, que registou um prejuízo de 26 461 000 euros, cerca do dobro do exercício anterior que foi de 13 349 000 euros.

A assembleia aprovou por maioria o documento, com 144 194 votos a favor, 14 contra e 24 681 abstenções.

Foi igualmente aprovada por larga maioria a proposta do Sporting Clube de Portugal no sentido do Conselho de Administração passar a integrar quatro membros, juntando-se assim os nomes de Francisco Louro e João Lino de Castro aos de José Eduardo Bettencourt e José Filipe Nobre Guedes.

No final da AG, Rogério Alves revelou que o “presidente da SAD explicou aos accionistas a razão de ser do prejuízo de 26 461 000 euros”, mas não entrou em detalhes, assegurando que Bettencourt irá dar as essas explicações aos sócios e adeptos “quando lhe for perguntado”.

Rogério Alves congratulou-se por todos os pontos da ordem de trabalhos terem sido aprovados com mais de 80 e 90 por cento dos votos e realçou o voto de louvor à administração, além da eleição dos corpos sociais para o novo triénio.

Confrontado com a manifestação de sócios e adeptos do Sporting, cerca de meia centena, de contestação à actual gerência, Rogério Alves desvalorizou-a:

“Em democracia as pessoas têm o direito de se manifestar desde que os órgãos sociais do clube possam funcionar sem constrangimentos”.

Os sócios a adeptos que se deslocaram hoje a Alvalade exigiam, entoando palavras de ordem, a demissão de José Eduardo Bettencourt e empunhavam cartazes em que se podia ler “15 anos de infâmia, 15 meses de vergonha”, “Não enganam mais os sócios do Sporting” ou, ainda, “Sporting acorda”.