Uma década sem títulos nacionais de futebol e mais de 300 milhões de euros fazem os cinco candidatos à presidência do Sporting rejeitar “continuidades” e assumir “ruptura” ou “mudança” como características na campanha para as eleições de sábado.

Qualquer que seja o presidente eleito para suceder a José Eduardo Bettencourt, que se demitiu em Janeiro, após um ano e sete meses de exercício, terá uma grave crise económico-financeira e desportiva para resolver, em virtude dos cerca de 320 milhões de euros de passivo em todo o grupo empresarial e perto de 180 milhões só na SAD dos “leões”.

No “desporto-rei”, o Sporting falha o título nacional há nove temporadas e esta época nem o apetecível segundo lugar da Liga portuguesa, por dar direito a disputar alguns milhões na Liga dos Campeões, é um objectivo palpável, além dos fracassos na Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga.

Bruno de Carvalho, líder da lista C, anunciou um fundo fechado de 50 milhões de euros e capitais russos, enquanto Godinho Lopes e Dias Ferreira, respectivamente encabeçando os elencos A e D, dizem ter acesso a financiamentos na ordem dos 100 milhões de euros.

Porém, aqueles candidatos foram criticados por Pedro Baltazar (B) e Abrantes Mendes (E), os quais sugerem que o Sporting vai continuar, como nos últimos anos, “escravo” da Banca, comprometendo-se apenas a arranjar os 10 a 15 milhões de euros necessários para “fechar a época”.

Um argumento utilizado contra Godinho Lopes, Dias Ferreira e Pedro Baltazar é o facto de terem, de alguma forma, colaborado com as direcções dos últimos 15 anos, nas presidências de Santana Lopes, do próprio Roquette e dos seus sucessores (Dias da Cunha, Soares Franco e Bettencourt).

Carvalho e Abrantes Mendes têm “currículo” limpo face ao “status quo” da Tribuna de Honra do Estádio José Alvalade, mas, aos olhos dos outros, a “rotura” ou a “mudança” que pretendem protagonizar podem ter mais interrogações do que certezas.