O advogado Carlos Duarte defendeu hoje a «inocência» do antigo árbitro Martins dos Santos, que foi constituído arguido em Gondomar em processo de tráfico de influências no futebol.

Martins dos Santos, que foi detido na terça-feira pela Polícia Judiciária por presumível tráfico de influência no campo desportivo, vai aguardar o desenvolvimento do processo sujeito à medida de coação mínima, termo de identidade e residência.

«Confirmo que o meu constituinte veio a tribunal indiciado por alguns factos, sobre os quais está, naturalmente, completamente inocente. Foi ouvido pelo Ministério Público e saiu daqui com termo de identidade e residência como medida de coação», revelou o causídico.

Fontes ligadas ao processo explicaram à agência Lusa que o ex-árbitro terá pedido cinco mil euros ao clube de futebol São Pedro da Cova, dos distritais do Porto, para exercer influências até ao final da época no sentido de evitar a descida de divisão deste emblema.

O processo vai agora prosseguir nos trâmites normais «e depois pode ou não ser deduzida acusação mediante provas carregadas para os autos».

«Logo se verá», acrescentou Carlos Duarte, revelando que Martins dos Santos é o «único arguido» deste processo.

O antigo árbitro foi condenado a pena suspensa no âmbito do processo Apito Dourado, a propósito de um jogo de futebol entre o Marítimo e o Nacional.

«Ao que julgo saber – não conheço com rigor situação jurídica, está a ser tratada por outro colega – são processos que estariam em recurso, portanto não transitados em julgado, pelo ate prova em contrario arguido está sob alçada da presunção de inocência», esclareceu.

O São Pedro da Cova, depois do alegado pedido de Martins dos Santos, terá denunciado o caso à PJ.

O clube terá entregue ao ex-árbitro 1500 euros em notas marcadas, depois interceptadas pela PJ durante a detenção efectuada na terça-feira.