O presidente da União Desportiva de Leiria, Mário Cruz, vai abandonar a liderança depois de dois anos de mandato, afastando-se com o sentimento de dever cumprido, mas também com mágoa pela falta de apoio para ir mais longe.

«Passámos o ano a formar jovens, temos atletas nas selecções nacionais e vários, como nunca aconteceu, com presença na equipa sénior. Mas não houve nunca uma palavra de agradecimento ou reconhecimento por parte das forças vivas e dos responsáveis da cidade», lamentou Mário Cruz.

Essa falta de apoio, segundo o ainda presidente, levou também a que falhasse um dos objectivos traçados para o mandato de dois anos: «Não conseguimos aproximar as pessoas do clube e o clube das pessoas. Mas, sozinhos, nunca conseguiríamos. Tentámos mobilizar outras entidades, mas a receptividade não foi muita».

As eleições estão agendadas para 08 de Junho e não há candidatos a assumir a liderança da União Desportiva de Leiria, que movimenta 300 jovens nas suas equipas de formação e tem cerca de três mil associados.

Mário Cruz prevê «um vazio directivo» no clube que detém uma participação na União de Leiria, SAD, cuja equipa compete na Liga portuguesa.

«Infelizmente, por força das razões que me levam a sair cansado, cada vez mais as pessoas se afastam de instituições como esta. Vamos ver o que vai acontecer no futuro à União de Leiria», disse.

No momento da saída, o dirigente assume, ainda assim, «o sentimento de dever cumprido», porque, «com uma grande equipa na direcção» foi possível «terminar as infra-estruturas da Academia de Santa Eufémia e reformar o parque automóvel».

«Conseguimos criar novas condições para os atletas e isso teve resultados como nunca se tinha conseguido na União de Leiria. Infelizmente, não tivemos o devido reconhecimento», conclui Mário Cruz, que se mantém como administrador da SAD «enquanto os accionistas assim o entenderem».