No início era a esperança. Com Ricardo Sá Pinto ao leme da equipa, o Sporting apresentava o que se dizia ser um dos plantéis mais fortes dos últimos anos. Os reforços escolhidos a dedo por Luís Duque e Carlos Freitas, onde se destacavam Rojo, Boulahrouz ou Viola, pareciam indicar uma formação mais competitiva e, sobretudo, apta a discutir o título.

Contudo, três meses apenas chegaram para desfazer as expetativas dos adeptos leoninos. A realidade é a desilusão de um clube que já está fora da Liga Europa, num grupo em que era o óbvio favorito, e onde o título de campeão mais não é do que um sonho improvável. 

Mesmo antes de efetuar o seu décimo jogo na Liga e assim cumprir o primeiro terço, os leões somam dez pontos em nove jogos - traduzidos em duas vitórias, quatro empates e três derrotas - e estão no 10º posto. No caso de um triunfo esta noite sobre o Moreirense, o máximo a que poderá chegar é o sexto lugar. Pouco, muito pouco, para quem tanto prometeu.

Na campanha do Sporting há um dado que se destaca acima de todos os outros: os leões têm o segundo pior ataque do campeonato, com sete golos marcados. Pior só mesmo o Marítimo, com cinco tentos. 

A escassas horas do embate em Moreira de Cónegos, onde caiu na Taça de Portugal, o Sporting pertence ao grupo de equipas que ainda não venceu fora de casa, “disfrutando” da companhia de V. Setúbal, Olhanense e Moreirense. Aliás, o emblema leonino já não sabe o que é vencer fora de Alvalade há cerca de sete meses.

Da estrutura que começou a época já pouco resta. Saíram Sá Pinto, Duque e Freitas, e Oceano passou pelo banco e não impressionou, cedendo o lugar a Franky Vercauteren. O belga representa uma aposta pessoal do presidente Godinho Lopes e se ele não for bem sucedido, poderá ser a própria direção do clube a estar em causa.

Num percurso onde há certamente muitos culpados, há também um inocente que merece a absolvição: Rui Patrício. Sem o guarda-redes português na baliza, é difícil dizer onde estaria este Sporting.