Mitchell Van der Gaag devolveu o Belenenses ao convívio com os grandes, na sequência de uma época de sonho. Agora, o técnico holandês não quer carregar o clube da cruz de Cristo de volta para a II Liga e aspira a estabilizar os azuis do Restelo.

Em entrevista ao SAPO Desporto, o único estrangeiro entre os treinadores da I Liga acredita que os resultados negativos da pré-época vão transformar-se em vitórias nos jogos “a doer”.

Quais são os objetivos desportivos para esta época?

O principal objetivo desportivo para a nova época é a estabilidade da nossa equipa na I Liga. Subimos agora e queremos que a equipa consiga estabilizar-se no campeonato.

Que balanço faz da pré-época e dos trabalhos com o novo plantel?

Em comparação com a época passada, em que fechámos rapidamente o nosso plantel, agora foi diferente. Com as entradas e saídas ainda a decorrer não podemos trabalhar já num ‘onze base’. A pré-época está a correr bem, tirando os resultados, mas estamos contentes com o trabalho realizado e estamos de acordo com os objetivos. Optámos por uma pré-época mais forte e neste momento falta só o “click” para ganhar jogos. A equipa está a jogar bem, a evoluir e cada vez mais forte, mas com vitórias morais ninguém ganha.

Está satisfeito com as soluções que o plantel apresenta para a época 2013/2014?

Sim, sem dúvida. Agora que o Miguel Rosa entrou na equipa e porque ainda estamos à procura de mais um avançado. O único problema mesmo é que alguns jogadores entraram mais tarde e não estão tão fortes como outros que trabalham juntos desde o início da pré-época. Também não temos muito dinheiro e temos de escolher bem.

Quem poderá ser o próximo campeão nacional?

É muito difícil dizer. Olhando para as últimas épocas, Benfica e FC Porto estão mais fortes e talvez por isso digo que são as equipas que vão disputar o campeonato. Depois temos o Sporting e outras equipas a lutar pela Europa.

Que equipas vão entrar na luta pela Europa?

Há o Braga, vamos ver como o Paços de Ferreira vai reagir este ano e depois há ainda outras equipas que habitualmente lutam por isso, como Vitória de Guimarães e Nacional. Há sempre surpresas, como o Estoril na época passada, mas normalmente são essas formações a lutar por esse objetivo.

Que equipas podem descer?

Há oito ou nove equipas que lutam para não descer e nesse aspeto julgo que será um campeonato igual ao anterior. Quanto ao Belenenses, nós subimos mais cedo do que planeámos. Ganhámos um ano, mas não queremos perder dois. Este grupo foi campeão, mas temos de ser realistas e o objetivo é a estabilidade.

Que jogadores podem ser a surpresa deste campeonato?

É muito difícil falar dos nomes que podem aparecer. Olhando para a minha equipa há muitos jogadores que nunca jogaram na I Liga e vamos ver como se vão aguentar. Há muitos fatores que podem influenciar isso, muitas entradas e saídas… Estou mais focado na minha equipa, após o início da época vamos ver como as coisas correm. Não é muito importante pensar já o que vai acontecer dentro de um ou dois meses.

Que ambições pessoais tem para a época 2013/2014?

Queremos criar estabilidade na Liga. Para o clube e para mim também. Em termos de objetivos pessoais não ligo muito… Foi importante voltar à I Liga, mas foi principalmente importante para o clube. O sucesso do clube é o mais importante. Somos um grupo.

O campeonato volta a iniciar-se com a quase totalidade dos treinadores a serem de nacionalidade portuguesa. Isso é mais uma prova de qualidade dos treinadores portugueses?

Na Holanda também há poucos treinadores não holandeses. Tirei o terceiro e quarto níveis aqui em Portugal, por isso posso dizer que atualmente conheço melhor o campeonato português do que o holandês. Isso nunca foi muito importante para mim enquanto estrangeiro.