José Couceiro criticou hoje o «ambiente hostil» que se está a criar entre o treinador da equipa de futebol do FC Porto e os adeptos portistas e admitiu que essa postura não é justa para Paulo Fonseca.

À margem de um congresso sobre futebol que até hoje se realiza na Maia, o atual treinador do Vitória de Setúbal, que esteve no comando técnico da equipa portista em 2004/05, confessou-se «triste» com as situações «mais hostis» que envolvem o treinador dos “dragões”.

«Não tenho informações especiais em relação à presente situação do FC Porto. Na minha altura foi bem diferente, porque fui o terceiro treinador da temporada e entrei apenas em fevereiro. O que posso dizer é que as avaliações feitas aos treinadores são muito injustas, porque são avaliados por critérios que deixam muito a desejar. Não é justo um ambiente tão hostil, fico triste com estas situações. Se Portugal quer ter um nível mais elevado, a gestão tem de ser conjunta e não individualista», admitiu.

O técnico realçou ainda que, «já que o futebol é um jogo coletivo, todos têm de assumir as suas responsabilidades».

«Quando se ganha não é só o treinador que ganha, portanto, quando se perde, também não pode ser só o treinador a perder. Há muitas críticas por ignorância e a ignorância é atrevida», salientou ainda Couceiro.

Em relação ao Vitória de Setúbal, José Couceiro reconheceu que a época «tem corrido acima das expectativas».

«Está a ser um arranque muito bom de campeonato, conseguimos recuperar rapidamente. E nas duas provas a eliminar temos seguido em frente. As coisas estão a correr muito bem», explicou o técnico que afirmou ter os pés bem assentes no chão: «Sabemos que a parte final será a que vai decidir. Ainda falta muito campeonato. O campeonato está equilibrado. Na frente estão três equipas separadas por dois pontos. Mas o maior equilíbrio está na parte de baixo, com dez pontos a separar o quarto do último classificado».

José Couceiro admitiu ainda a vontade de reforçar o plantel em janeiro mas sempre com consciência da realidade do clube.

«Podemos reforçar, mas é preciso cuidado e atenção para não se cometerem os erros do passado. É evidente que queremos jogadores de top, mas tenho consciência que o Vitória não pode chegar a esses mercados», concluiu.