Acabou a "guerra" em Alvalade. Bruno de Carvalho pôs um ponto final na especulação sobre o futuro do treinador, após duas semanas muito tensas, com o ex-leão José Eduardo a regar a "fogueira" com muita "gasolina". Houve “black out” em Alvalade, processos judiciais, "bicadas" de Manuel José a José Eduardo e, no final, Bruno de Carvalho a garantir a continuidade de Marco Silva. O técnico só quer todos a remar para o mesmo lado. Vitória por 3-0 frente ao Estoril foi uma boa resposta.

A paz entre a direção e a equipa técnica trouxe a tranquilidade que a equipa precisava e, embalado pelos 32 793 espetadores que estiveram no estádio, o Sporting realizou uma grande exibição, culminada com três golos e lances de fino recorte técnico coletivo e individual. A nota artística foi elevada.

Antes do início do jogo, os adeptos fizeram questão de mostrar em que lado da barricada estavam, no conflito entre treinador e presidente. Assim que o “speaker” anunciou o nome de Marco Silva, o estádio "explodiu", com muitos aplausos para o treinador. A declaração de Bruno de Carvalho à Sporting TV antes do encontro ajudou a serenar os ânimos e colocar um ponto final no conflito.

O primeiro tempo do Sporting não foi dos melhores. Tirando um remate de Carrillo que Kieszek defendeu para canto aos sete minutos e o golo (e que golo!) de Adrien perto do intervalo (40`), a produção ofensiva dos "leões" não enchia as medidas de ninguém. Muitas perdas de bola no meio-campo, William Carvalho desastroso no passe, Adrien preso de movimentos, Mané a não “carburar”. Apenas algumas arrancadas de Nani e Carrillo. Convém dizer que o Estoril também não assustava. Tinha bola, subia bem no terreno mas falhava sempre no último passe. O golo de Adrien premiava a equipa que mais tentava e que mais obrigações tinha. Adrien poderia ter bisado antes do intervalo mas perdeu no duelo com Kieszek.

No segundo tempo, tudo mudou. Houve futebol bonito, jogadas individuais e coletivas fantásticas, defesas monstruosas de Kieszek (negou o golo a Montero e Carrillo), dois golos e até cumprimentos entre Marco Silva e Bruno de Carvalho.

Antes de partir para o CAN2015 Slimani mostrou aos adeptos o que não vão ter nos próximos: saiu da sua zona, recebeu a bola de costas, colocou na esquerda para Jefferson fazer um daqueles cruzamentos que os avançados tanto gostam. Na pequena área apareceu o argelino a desviar com o bico da bota e fazer o seu sétimo golo na prova no jogo 50 com a camisola dos "leões". Slimani irá falhar, no mínimo os jogos com SC Braga, Rio Ave e Académica para a I Liga, Boavista, Belenenses e Vitória de Setúbal para a Taça da Liga e Famalicão para a Taça de Portugal, isso se a Argélia não passar da fase de grupos. Tendo em conta que os Fénecs são candidatos ao título, avizinham-se mais problemas para Marco Silva.

Já a fechar, Adrien pôs um ponto final nas aspirações canarinhas, bisando no encontro, na transformação de uma grande penalidade, por suposta falta sobre Carrillo. E ainda houve tempo para Nani "expulsar-se" com duplo amarelo, o que lhe permite falhar o próximo jogo mas estar apto para o confronto com o SC Braga.

O Estoril, esse, não fez das melhores exibições. Foi sempre uma equipa curta, as principais unidades estiveram apagadas, o que permitiu ao Sporting fazer umas das melhores exibições a nível defensivo. Apenas Kléber tentou remar contra a maré mas sem efeito. Mano e Kieszek destacaram-se a nível defensivo. Couceiro ainda arriscou tudo no segundo tempo, com a entrada de três jogadores de cariz ofensiva mas nunca incomodou Patrício. Na conferência de imprensa, Couceiro mostrou o seu desagrado pela performance da sua equipa. E mostrou a sua solidariedade para com Marco Silva.

A vitória deixa os "leões" no terceiro posto, embora que à condição, já que o V. Guimarães só joga este domingo. Mas permite ultrapassar o SC Braga, que perdeu na Madeira com o Marítimo. Destaque para o cumprimento entre Marco Silva e Bruno de Carvalho, o que faz prever que paz voltou ao reino do "leão". O técnico sublinhou na conferência de imprensa após o jogo que o Sporting está unido e que estão todos a trabalhar para o mesmo objetivo. Quando a José Eduardo, Marco Silva deixou-o a falar sozinho.

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