José Maria Pedroto, António Oliveira, Artur Jorge, e mais recentemente Nuno Espírito Santo, são alguns dos exemplos de uma longa linhagem de ex-jogadores do FC Porto que regressaram ao clube para assumir o comando técnico da equipa azul-e-branca.

Com a iminente chegada de Sérgio Conceição ao emblema portista, Pinto da Costa mantém a aposta num treinador que conhece bem a 'mística' do FC Porto, mas com um perfil oposto ao seu antecessor apesar de ter a mesma missão que Nuno Espírito Santo: interromper os quatro anos de jejum de títulos.

Mas a aposta num treinador que venceu títulos enquanto jogador do FC Porto não é nova por parte do histórico presidente portista, aliás no seu primeiro mandato, Jorge Nuno Pinto da Costa escolheu precisamente José Maria Pedroto, um treinador que, anos antes, interrompeu o longo jejum de títulos do clube depois de ter sido um jogador de referência do clube.

Curiosamente, e devido ao infortúnio de saúde do 'Velho Mestre', Pinto da Costa apostou em Artur Jorge para comandar a equipa do FC Porto para a glória europeia de 1987 em Viena. O antigo jogador de FC Porto, Académica e Benfica deu continuidade ao trabalho desenvolvido por José Maria Pedroto no clube e cristalizou de forma memorável a expressão de 'jogar à Porto'.

Na década de 90, António Oliveira é chamado para substituir Bobby Robson no comando técnico da equipa portista, e foi já com o ex-jogador do FC Porto a liderar a equipa que os 'dragões' conquistam dois campeonatos, uma taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira nas temporadas de 1996/1997 e 1997/1998.

Com o domínio quase total de todas as competições internas na década de 90, o FC Porto perde algum fulgor na viragem do século XX com a interrupção do ciclo de cinco campeonato consecutivos. Perante três épocas sem conquistar o título nacional, Fernando Santos dá lugar a Octávio Machado, outro antigo jogador do clube que regressa com o objetivo de ganhar troféus. O ex-jogador começa a época de 2001/2002 com a conquista da Supertaça Cândido Oliveira, mas os maus resultados no campeonato nacional e na Liga dos Campeões levam Pinto da Costa a optar na altura por um jovem treinador chamado José Mourinho.

Mais recentemente, o FC Porto voltou a apostar num antigo jogador do clube para inverter o ciclo desportivo negativo, mas a chegada de Nuno Espírito Santo não provocou a 'revolução desejada' e o clube terminou mais uma época sem qualquer troféu.

A escolha de Sérgio Conceição para o comando técnico do FC Porto surge portanto numa fase delicada do clube, uma vez que nunca em mais de três décadas da presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa o emblema portista esteve tanto tempo sem conquistar troféus.

No entanto, nos últimos anos há um dado curioso sobre o número de antigos jogadores do FC Porto que optaram por uma carreira de treinador, com muitos deles a conseguir alcançar um estatuto elevado, tanto ao nível interno como externo. Só a título de exemplo: da equipa do FC Porto que se sagrou tetracampeã em 1997/1998 a maior parte dos jogadores do plantel enveredou pela carreira de treinador como: Rui Jorge, Alolísio, Jorge Costa, João Manuel Pinto, Kenedy, Carlos Secretário, Rui Barros, Barroso, Paulinho Santos, Emílio Peixe, Sérgio Conceição, António Folha, Nuno Capucho e Drulovic.

Mas há outros exemplos de antigos jogadores do FC Porto seguiram uma carreira de treinador e que singraram como Pedro Emanuel, Nuno Espírito Santo, Domingos Paciência ou mesmo Costinha.