Os sócios da Académica aprovaram esta sexta-feira, por maioria, a venda da antiga sede dos Arcos do Jardim por 700 mil euros, com possibilidade de recompra até 2019, para fazer face à grave situação financeira que o clube atravessa.

A alienação daquele património vai render menos 300 mil euros do que o montante que tinha sido aprovado na assembleia-geral de 12 de novembro, mas a inexistência de mais propostas e a necessidade urgente de entrada de capital levou os sócios a decidirem-se pela sua aprovação.

Na última reunião magna, tinha sido foi aprovada uma proposta que visava a venda da antiga sede dos Arcos do Jardim, na Alta da cidade, por um milhão de euros a um grupo de sócios, no âmbito de uma campanha interna, que se intitulou 'Missão Briosa'.

O objetivo era que o imóvel ficasse nas mãos de uma sociedade com ligações ao clube e que permitisse, em determinado momento, fazer reverter novamente o edifício para a instituição.

No entanto, a campanha revelou-se um "fiasco", nas palavras do presidente da Mesa da Assembleia-Geral, João Vasco Ribeiro, conseguindo apenas cerca de 50 mil euros, dos quais 21.830 euros respeitam a donativos.

De acordo com a proposta de aquisição, cujo comprador não foi revelado pela direção, a Académica pode recomprar o imóvel até 1 de junho de 2019 pelo mesmo valor, acrescido de juros à taxa de 7,5%, no montante mínimo de 78 mil euros, e descontando o valor das rendas da sociedade comercial que ocupa o edifício.

Segundo o presidente da direção, Paulo Almeida, o dinheiro da operação é indispensável para a 'briosa' pagar até ao dia 20 deste mês 160 mil euros à Segurança Social e aderir ao Plano Especial de Redução de Endividamento ao Estado (PERES), que vai permitir baixar a mensalidade da dívida de 60 para 13 mil euros.

O dirigente disse ainda que o montante a encaixar vai permitir pagar três meses de salários em atraso aos funcionários e dois meses de atraso aos jogadores, no valor de 340 mil euros, cumprindo os regulamentos da Liga de clubes, que preveem sansões no caso de dívidas aos atletas.

Na sua intervenção, Paulo Almeida adiantou ainda que foi efetuado um pedido de insolvência da Académica pela empresa de limpeza, devido a uma dívida de 45 mil euros, que tem de ser contestado.

A proposta de alienação da antiga sede, sobre a qual pendem penhoras à Segurança Social no valor de 90 mil euros, foi aprovada em assembleia-geral extraordinária com 48 votos a favor, 15 abstenções e oito contra.