O português João de Deus, selecionador de Cabo Verde entre 2008 e 2010, disse este domingo à agência Lusa que a qualificação cabo-verdiana para a Taça das Nações Africanas (CAN) é fruto do projeto desenvolvido da modalidade no arquipélago.

«Aqui está um bom exemplo de que o trabalho realizado de forma metódica e sustentável no futebol, acaba por dar frutos», frisou João de Deus, em declarações à agência Lusa.

O treinador da Oliveirense, atual terceira classificada da II Liga portuguesa de futebol, considera que a qualificação para a CAN2013, a disputar na África do Sul, de 19 de janeiro a 10 de fevereiro, após afastar os Camarões, é fundamental para a modalidade no país.

«Este apuramento é determinante para a sustentabilidade do futebol em Cabo Verde e quem viveu e vive diretamente o momento percebe aquilo que digo. Este é um objetivo que andava a ser perseguido há muito tempo pela Federação Cabo-Verdiana de Futebol e não aconteceu de geração espontânea, aconteceu fruto dos anos do trabalho, de experiência e desenvolvimento que o país, em termos futebolísticos, foi tendo», explicou.

Recusando receber «louros» por este apuramento, João de Deus atribuiu o mérito pelo feito a «quem está à frente da estrutura técnica da seleção, do presidente da federação, dos membros da direção e, sobretudo, dos jogadores que fizeram parte do percurso».

«Para mim, pessoalmente, é um momento de felicidade porque foi um país que me marcou muito, foi um país onde fui muito feliz e, portanto, neste momento sinto-me orgulhoso de todos os que conseguiram objetivar este feit», frisou.

João de Deus escusou-se a apontar possíveis metas para a formação cabo-verdiana na CAN2013, salientou a importância de «desfrutar e usufruir da grande conquista», que é estar presente pela primeira vez numa fase final da principal competição africana de seleções, admitindo alguma «mágoa» de não estar a celebrar.

«Faço uma pequena ideia [da dimensão dos festejos], porque sei bem a paixão que o futebol tem nas pessoas em Cabo Verde. A minha única mágoa é não poder estar na Praia a ver este momento único», concluiu.