Cabo Verde perdeu na tarde deste domingo por 3-4 com a Guiné Equatorial, em jogo da terceira jornada do Grupo B do apuramento africano ao Mundial 2014. Um resultado que deixa os Tubarões Azuis praticamente fora do primeiro lugar no grupo.

No final do encontro, os jogadores cabo-verdianos estavam indignados com a arbitragem do maliano Mahamadou Keita e utilizaram as redes sociais para desabafar a sua frustração.

Marco Soares, capitão de equipa, afirmou que nunca viu nada igual. «Apesar da derrota estamos todos de parabéns por aquilo que lutámos contra 14. É uma autêntica vergonha o que se passou aqui. Nunca tinha visto nada igual. Mas a vida continua e agora temos de levantar a cabeça».

Quem também estava desagradado era Vozinha. O guarda-redes do Progresso de Sambizanga de Angola foi dos primeiros a manifestar o que lhe ia na alma: «Que roubalheira! Isto é uma vergonha. Nunca vi nada igual no futebol. Perder por 4-3 e sofrer apenas um golo limpo, marcar quatro golos limpos, sendo válidos só três. E ainda um penalti a nosso favor onde o guarda-redes seria expulso mas não marcaram. Mas infelizmente isto é África. Tristeza», afirmou Josimar Vozinha.

Outro jogador a utilizar a rede social facebook para desabafar foi Toni Varela. «Wau, estou sem palavras. Pessoalmente, nunca experienciei algo assim. Bem-vindos a África. A FIFA tem de fazer algo», disse, em holandês, o trinco crioulo.

Os jogadores entendem que a arbitragem maliana acabou por ter influência no resultado final, ao marcar uma grande penalidade a favor dos equato-guineenses, que colocou o resultado em 2-1, e ao "perdoar" um penálti, logo depois, aos anfitriões.

O lance mais polémico, porém, aconteceu aos 88 minutos, com o resultado empatado a três. Cabo Verde procurava o quarto golo e, numa jogada de contra-ataque do adversário, o árbitro auxiliar maliano assinalou fora de jogo, tendo o guarda-redes cabo-verdiano Vozinha pontapeado a bola, que foi parar aos pés de Claudiney Ramos, que a introduziu na baliza.

Mahamadou Keita acabou por não sancionar o fora de jogo e confirmou o golo, perante os protestos dos jogadores cabo-verdianos.