A adequação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) aos novos estatutos enfrenta, de quinta a sábado, três etapas decisivas, que culmina com a Assembleia-geral (AG), mas que começa com o conselho de presidentes de clubes profissionais e passa pelo plenário das associações.

O movimento associativo, que vê a sua influência reduzida em 20 por cento nas reuniões magnas, de 55 para 35 por cento, lidera a contestação ao Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), que entrou em vigor a 31 de Dezembro de 2008 e determinava a obrigatoriedade de adequar os estatutos até 27 de Julho de 2009.

Agora, o processo enfrenta uma fase terminal, sob a “surpresa e grande preocupação” da FIFA, que já advertiu quatro vezes a FPF para a necessidade de adequar os estatutos à lei portuguesa e a realização de eleições segundo os mesmos, da UEFA, que destacou Angel Maria Villar e Thierry Favre para presenciarem a reunião magna, e do próprio Governo, que, depois da suspensão parcial da utilidade pública, em Abril de 2010, retirou todos os apoios financeiros à FPF, a 20 de Janeiro.

O primeiro dos derradeiros episódios está agendado para quinta-feira, com a reunião dos 32 presidentes dos clubes das competições profissionais.
Este conselho de presidentes vai definir a posição da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que, juntamente com o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e a Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), convocou a AG extraordinária de sábado, para votação do plano de revisão dos estatutos e do projecto de regulamento eleitoral da FPF.

A preparação dessa AG é também o ponto principal na agenda do plenário das associações distritais e regionais, marcado para a véspera da reunião magna, sem que se espere grande consenso, apesar da alegada “luz verde” dada por 11 associações à proposta preconizada pelas estruturas de Lisboa e Aveiro.

É mais provável uma cisão do que uma decisão, porque 15 das associações subscreveram a candidatura à liderança da FPF de Horácio Antunes, presidente da Associação de Futebol de Coimbra, que foi o único a avançar dentro do prazo definido para as eleições de 05 de Fevereiro.

No entanto, um dos cenários é que este acto eleitoral seja adiado para que sejam adoptados os novos estatutos. Se assim for, outros candidatos se perfilam, caso de Fernando Seara, presidente da Câmara Municipal de Sintra, e eventualmente Gilberto Madail, que nunca fechou a porta a uma recandidatura ao órgão que preside há quase 15 anos.