O técnico português, que hoje deu uma aula aberta sobre liderança, motivação e gestão de equipas, no âmbito da iniciativa de pós-graduação em Treino de Liderança e Desenvolvimento de Equipas do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), defendeu que os jogadores são «primeiro seres humanos e só depois profissionais».

«O Carlos (Martins) teve liberdade total para tomar a opção que achasse melhor. Já sabia o que eu pretendia para o jogo e dei-lhe esse poder de escolha. Ele optou por ficar», revelou Paulo Bento.

Numa aula que durou cerca de uma hora e meia e em que Paulo Bento respondeu às perguntas dos alunos do ISPA, o técnico frisou que a «parte humana está sempre em primeiro lugar».

«Há coisas muito mais importantes, mas muito mais importantes na vida que o futebol. O futebol é um jogo e não uma guerra», considerou.

Sem nunca se referir diretamente aos casos de Ricardo Carvalho e Bosingwa, Paulo Bento defendeu que, em certas situações, «um líder tem que ser inflexível e tomar a melhor decisão para a equipa que lidera».

«Tem que haver uma relação de seriedade, frontalidade e honestidade. É a única maneira de haver respeito entre todos. Nunca tomo decisões para prejudicar alguém individualmente, mas sempre para potenciar o grupo e a equipa», explicou.

Sempre com boa disposição, o selecionador nacional «fintou» ainda a habitual pergunta de quem é o melhor jogador do mundo na atualidade, Cristiano Ronaldo ou Leonel Messi.

«São dois talentos, com as suas características e vão ser os dois melhores jogadores do Mundo durante muitos anos. Isso do melhor jogador do mundo não me diz nada. Só voto (para o prémio FIFA) porque sou obrigado. Quem gosta de futebol deve desfrutar dos dois», referiu o técnico.

Paulo Bento voltou a referir que Portugal «tem muita qualidade», mas «não é favorito» a vencer o Euro2012, e desvalorizou o fato de ser o selecionador mais jovem que vai estar na competição.

«A competência não se vê pela idade. Não acredito que o Trapattoni tenha menos ambição que eu», afirmou Paulo Bento, referindo-se ao treinador italiano de 72 anos, que vai estar no Euro2012 a comandar a Irlanda