O Sporting acusa que a “manigância” do FC Porto “é uma zombaria indisfarçada da credibilidade” da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), na participação disciplinar feita no âmbito do atraso dos “dragões” no início do jogo com o Marítimo.
No documento remetido à Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da LFPP, a que a agência Lusa teve acesso, os “leões” sublinham que o atraso no início do encontro da terceira jornada da Taça da Liga foi intencionalmente provocado pelo FC Porto.
“Houve intenção em não cumprir as regras, propósito muito claro em não subir ao relvado às horas regulamentares, com dolo direto, a Porto SAD quis chegar atrasada”, pode ler-se na argumentação feita pelo Sporting, assinada pelo advogado Pedro Solano de Almeida.
Em causa está o atraso de cerca de três minutos do jogo FC Porto e Marítimo, que os “dragões” venceram por 3-2, com uma grande penalidade no período de compensação (90+4), que garantiu o apuramento dos “azuis e brancos” para as meias-finais, em detrimento do Sporting, segundo classificado do grupo, em igualdade pontual, mas com menos golos marcados.
O Sporting queixou-se de que o jogo entre os portuenses e os insulares começou cerca de três minutos mais tarde do que o previsto, enquanto o encontro em que os “leões” venceram o Penafiel, por 3-1, teve início à hora marcada.
“Foi toda a equipa que não compareceu a horas. Todos os jogadores, todos os técnicos e todos os demais elementos que, em conjunto, se deixaram ficar para trás, subindo ao terreno de jogo preciosos minutos depois da hora marcada”, salienta o Sporting, que considera “inverosímil qualquer justificação” para a infração.
A CII da LPFP considerou que o FC Porto atrasou dolosamente o jogo com o Marítimo, com base nas declarações dos delegados ao encontro da terceira jornada da fase de grupos da Taça da Liga.
De acordo com a instrução, a que a agência Lusa teve acesso, a CII da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) explica que os “dragões” impediram o início do jogo à hora marcada, na sequência da prova testemunhal dos delegados ao encontro, disputado a 25 de janeiro e na ausência de declaração do “capitão” do FC Porto.
“E não se diga que é difícil provar o dolo, pois, neste caso, apresenta-se de forma inequívoca: na falta de justificação cabal e perentória, com a devida comprovação inequívoca, não há qualquer dúvida que o único fundamento possível é que a Porto SAD quis chegar atrasada ao jogo e com isso prejudicar terceiros”, prosseguem os “leões”.
Entre as consequências apresentadas, o Sporting salienta que “este comportamento da Porto SAD constitui um avassalador ataque à LPFP, à sua reputação e credibilidade”, recordando que a SAD portista “sempre se mostrou opositora da presidência da LPFP e da própria Taça da Liga”.
“A manigância [vocábulo que significa manobras ocultas com que se fazem bons negócios] da Porto SAD é uma zombaria indisfarçada da credibilidade da própria LPFP, mas também dos seus adversários”, frisou o Sporting, depois de denunciar como “uma perversão” a forma como o FC Porto assegurou a qualificação para as meias-finais: “É preciso não esquecer que foi assinalado a favor da Porto SAD, no período de descontos, um penálti, duvidoso ou, no limite, muito forçado, já depois de o jogo entre a Sporting SAD e o Penafiel ter terminado”.
O Sporting considera ainda necessário, “com a factualidade em causa e a inequívoca prova do dolo, condenar a Porto SAD na pena de derrota, conforme os regulamentos em vigor”, sublinhando também que a sanção já foi aplicada anteriormente a clubes como Salgueiros 08 e Naval 1.º de Maio.
Após a elaboração da instrução do processo, por parte da CII da LPFP, a decisão vai caber agora ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, cuja próxima reunião vai está marcada para terça-feira, sendo que esta é passível de recurso para o Conselho de Justiça do mesmo organismo.
Na sexta-feira, a LPFP anunciou o adiamento do jogo das meias-finais do Benfica na Taça da Liga, por decorrer o processo disciplinar sobre o encontro entre FC Porto e Marítimo da fase de grupos.
Na origem do adiamento esteve a instauração de um processo disciplinar pela CII contra o FC Porto, por não estar homologado o resultado do jogo dos “dragões” com os insulares.