Portugal disputa o Campeonato da Europa de hóquei em patins sub-20 com pensamento único na revalidação do título, missão complicada na fase decisiva do torneio, onde deve encontrar Itália e a campeã mundial Espanha.

«Qualquer seleção que não vá a uma competição para ganhar, o melhor é ficar em casa. Naturalmente, o nosso objetivo é ganhar o Campeonato da Europa», assegura o selecionador Luís Duarte, comentando a competição, que começa na terça-feira em Saint-Omer, França.

Em declarações à agência Lusa, o técnico assume a «responsabilidade de representar o país», mas recusa pressão extra pelo facto de defender o cetro conquistado há dois anos em Viareggio, 2-1 frente à anfitriã Itália.

«A Espanha é claramente a nossa principal adversária. Até porque também é campeã do Mundo», sublinhou, referindo-se ao êxito de 2011 em Barcelos, com 7-3 na final frente a Portugal.

Face ao estatuto de campeã da Europa, a distribuição dos grupos deixou o segundo e terceiro classificados em “poule” diferente de Portugal, pelo que é presumível que os pupilos de Luís Duarte tenham de defrontar nas meias-finais Itália ou Espanha e uma destas na desejada final.

A confiança do técnico é reforçada pelo facto de ter «sete atletas a competir na primeira divisão» nacional, uma experiência que «há muitos anos» a seleção sub-20 não tem, conjugada com «um lote de muito bons jogadores».

Telmo Pinto (Valongo) e Gonçalo Alves (Oliveirense) são os únicos campeões de um grupo que conta ainda com o guarda-redes portista Hélder Nunes, que integrou a equipa do europeu de seniores que Portugal perdeu este ano frente à Espanha, em Paredes, com um golo a seis segundos do fim.

Luís Duarte acredita que tem ajudado a jovem matéria prima nacional a evoluir de forma a ajudar os seniores a quebrar a longa supremacia da Espanha nos últimos anos.

«Perdemos (o Europeu) por apenas seis segundos. Os 14 títulos internacionais seguidos são ponto a favor deles. Se calhar a sua supremacia deve-se à capacidade de trabalho dos clubes, à organização espanhola, à qualidade dos jogadores. Mas a diferença não é grande. Estamos melhores, mais fortes e, mais ano menos anos, podemos ser campeões em seniores», afirmou.

Apesar da viagem de 26 horas em autocarro desde Portugal, o selecionador acredita que a equipa tem tempo de recuperação para atacar a fase de grupos que envolve a Alemanha, França e Holanda no Grupo A.

«Temos uma missão para cumprir. Estamos a caminho dela. Queremos ganhar, dar uma alegria a Portugal que não tem tido desportiva nem politicamente notícias boas. E acho que todos nós as merecemos», concluiu.