Os elementos da equipa portuguesa de ténis de mesa mostraram-se hoje desiludidos com a eliminação na primeira ronda nos Jogos Olímpicos Rio2016, lamentando a sorte da Áustria nos momentos decisivos.

Com o confronto empatado a um, Portugal dispôs de dois pontos de encontro no confronto de pares, mas viram a sorte virar-lhes as costas, em especial, quando numa das oportunidades para fechar o jogo, a bola tocou na rede e acabou por cair do lado luso, com Robert Gardos e Daniel Habesohn a levarem a melhor sobre Tiago Apolónia e João Monteiro, por 3-2 (6-11, 11-8, 11-9, 6-11 e 12-10).

Antes, Gardos tinha derrotado Apolónia, por 3-2 (11-6, 3-11, 11-3, 6-11 e 11-9) e Marcos Freitas empatado, ao derrotar Stefan Fegerl, por 3-2 (11-7, 12-10, 6-11, 7-11 e 11-2), mas ao quarto encontro Fegerl fechou o confronto, com um triunfo sobre Monteiro, por 3-1 (9-11, 11-8, 11-8 e 11-9). “O ponto que fiz conta para pouco, porque perdemos. Estava com esperança que conseguíssemos ganhar o par, para fazermos o último jogo, em que eu era favorito, contra o Habesohn. Mas foi uma Áustria muito forte, acho que não jogámos mal, eles apenas jogaram um pouco melhor do que nós. Em vários jogos estivemos a liderar, mas falhou um pouco a finalização. No caso do par, tivemos 2-2, 10-8 e eles conseguiram duas bolas de sorte. Depois, o João a ganhar ao Fegerl, 1-0, 8-4 e não conseguimos finalizar”, assumiu.

O número um português disse que todos os jogadores estão “muito desiludidos”, depois de há quatro anos terem conseguido chegar aos quartos de final e “quase a passar a uma meia-final e lutar pelas medalhas”. “Podemos dizer aos portugueses que vamos continuar a trabalhar e daqui a quatro anos de certeza que vamos estar lá outra vez a lutar com os melhores”, referiu.

Com 28 anos, o madeirense espera estar em Tóquio2020, mas “em quatro anos acontece muita coisa e se vierem outros jogadores melhores, melhor ainda”, porque “Portugal tem ainda mais hipóteses de ganhar uma medalha”. “Tenho 28 anos, espero jogar mais 10 anos ao mais alto nível, espero continuar a evoluir, sei que ainda tenho coisas a melhorar no meu jogo. Se conseguir evoluir, os resultados são ainda melhores”, afirmou.

Marcos Freitas afirmou ainda não estar satisfeito com a sua participação no Rio2016, “por ter perdido nos quartos de final individuais e depois ter perdido um jogo destes”. “Não consigo pensar noutro sentimento que não tristeza e desilusão, porque queríamos muito chegar aos quartos de final, jogar com uma Alemanha num jogo muito aberto, a quem ganhámos da última vez. Esperávamos chegar a uma meia-final e lutar por medalhas”.

Para Tiago Apolónia este, “mais uma vez, foi um jogo decidido nos detalhes, com ‘sets’ equilibrados, muito equilíbrio”, salientando também a momento do ‘match point’ salvo com uma bola a passar a rede com sorte.

“Principalmente [ficou decidido] no jogo de pares, em que num ‘match point’ os austríacos conseguiram uma bola de sorte, mas eles conseguiram ser mais fortes nos pontos-chave”, assumiu.

Tiago Apolónia queria mais, mesmo sabendo que estava a defrontar a campeã da Europa: “Queríamos ganhar, sabe a pouco, estamos tristes”.

João Monteiro falou também nos dois pontos de encontro desperdiçados no encontro de pares e num momento que pode ter decidido o seu encontro de singulares.

“Depois no individual com o Fegerl estou a ganhar 1-0, 8-4, relativamente controlado, e houve uma troca de bola, não percebi porquê, não sei se a bola estava partida. Eu festejei o ponto virei-me e eles já tinham trocado de bola, não percebi porquê. Ele conseguiu dar a volta nesse 'set'”, referiu.

João Monteiro assumiu a frustração lusa, pois esta não era o resultado que queriam, “mas o desporto é assim mesmo, tem de haver um vencedor e um derrotado”.

“Já nos tinham batido no Europeu, por 3-2... É uma equipa bastante coesa, bastante homogénea também, como nós. Era um jogo de 50/50, tanto pode dar para um lado como para o outro, destas duas vezes deu para o lado deles. Esperemos que da próxima vez possa cair para o nosso lado”, afirmou.