Rafael Nadal tem, a partir de domingo, a oportunidade única de conquistar nove títulos em Roland Garros, mas apresenta debilidades que podem culminar na sua sucessão, quer no número um do ténis, como na terra batida parisiense.
Este pode ser o momento do antes e do depois da carreira de Rafael Nadal. Nunca como este ano o número um mundial pareceu tão débil no piso, em que, desde 2004, é rei de vários tronos, seja Roland Garros, os Masters 1000 de terra batida ou até o torneio de Barcelona.
Pela primeira vez desde esse ano, época em que tinha apenas 18 anos, o maiorquino soma três derrotas em terra batida, mais concretamente na final de Roma, para Novak Djokovic, nos quartos de final de Barcelona, frente a Nicolas Almagro, e na mesma fase em Monte Carlo, diante de David Ferrer.
Os resultados abaixo do esperado do recordista de títulos (oito) em Roland Garros não são uma realidade exclusiva da terra batida, piso em que conquistou dois dos três títulos da temporada, mais concretamente em Madrid, por desistência do japonês Kei Nishikori, e no Rio de Janeiro, com uma vitória frente ao ucraniano Alexandr Dolgopolov.
Também no piso rápido dos Masters 1000 de Indian Wells, o número um mundial foi afastado antes do esperado, caindo na terceira ronda, curiosamente às mãos de Dolgopolov.
Nos momentos decisivos, ou seja, nas finais, Nadal tem fracassado, como aconteceu frente a Stanislas Wawrinka no Open da Austrália ou frente ao seu maior rival Djokovic em Miami.
É exatamente do sérvio que vem a grande ameaça ao seu reinado: número dois do "ranking" mundial, a apenas 650 pontos, “Djoko”, que planeou a época ao pormenor, com muito poucos torneios disputados, tem-se mostrado mais consistente e fiável do que o tenista que o precede no "ranking" ATP.
Este ano, o sérvio venceu três dos cinco Masters 1000 disputados (falhou Madrid por lesão, perdeu com Roger Federer na meia-final de Monte Carlo, tal como tinha acontecido no Dubai no início do ano) e chegou aos “quartos” do Open da Austrália, nos quais foi eliminado por um super em forma Stanislas Wawrinka.
E, caso as apostas sobre o vencedor de Roland Garros tivessem sido feitas após a final de Monte Carlo, seria o suíço o grande candidato a destronar Nadal, depois de um início de 2014 fulgurante, com vitórias em Chennai e no segundo Grand Slam da temporada, e do título convincente em território monegasco.
Mas a temporada do terceiro tenista mundial depois de Monte Carlo tem sido pontuada por desistências, como aconteceu no Portugal Open, por exibições irregulares e derrotas precoces, como aconteceu em Madrid e Roma.
Com Roger Federer mais preocupado com o papel de pai de família, depois do nascimento de mais dois gémeos, a surpresa pode vir dos novos talentos do ténis, o canadiano Milos Raonic, semifinalista em Roma, ou o japonês Kei Nishikori.
No quadro feminino, a grande favorita, como não podia deixar de ser, é a número um mundial e detentora do troféu em Roland Garros, a norte-americana Serena Williams.
Vencedora em Roma, Williams parece não ter adversária à altura, num circuito em que os altos e baixos dos principais nomes, como de Maria Sharapova, que triunfou em Madrid, ou da número dois mundial Na Li, são a nota dominante.
Os quadros principais de Roland Garros arrancam este domingo, com o torneio a decorrer até 08 de junho, data da final masculina.